domingo, 5 de junho de 2011

Gabarito - Simulado Enem História

1 - D 2 -A 3- E 4 - A 5 - A 6- C 7 - D 8 - D 9 - B 10 - B 11 - B 12 - E 13 - A 14 - B 15 - C 16 - D 17 - C 18 - A 19 - D 20 - D 21 - D 22 - C 23 - A 24 - C 25 - E 26 - E 27 - E
28 - C

Simulado Ciências Humanas e suas tecnologias -ênfase em História

SIMULADO EXTENSIVO CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS (HISTÓRIA) ENEM
JUNHO – 2011
PROF. NEWTON MIRANDA












01

William James Herschel, coletor do governo inglês, iniciou na Índia seus estudos sobre as impressões digitais ao tomar as impressões digitais dos nativos nos contratos que firmavam com o governo. Essas impressões serviam de assinatura. Aplicou-as, então, aos registros de falecimentos e usou esse processo nas prisões inglesas, na Índia, para reconhecimento dos fugitivos. Henry Faulds, outro inglês, médico de hospital em Tóquio, contribuiu para o estudo da datiloscopia. Examinando impressões digitais em peças de cerâmica pré-histórica japonesa, previu a possibilidade de se descobrir um criminoso pela identificação das linhas papilares e preconizou uma técnica para a tomada de impressões digitais, utilizando-se de uma placa de estanho e de tinta de imprensa.

Que tipo de relação orientava os esforços que levaram à descoberta das impressões digitais pelos ingleses e, posteriormente, à sua utilização nos dois países asiáticos?

A - De fraternidade, já que ambos visavam aos mesmos fins, ou seja, autenticar contratos.
B - De dominação, já que os nativos puderam identificar os ingleses falecidos com mais facilidade.
C - De controle cultural, já que Faulds usou a técnica para libertar os detidos nas prisões japonesas.
D - De colonizador-colonizado, já que, na Índia, a invenção foi usada em favor dos interesses da coroa inglesa.
E - De médico-paciente, já que Faulds trabalhava em um hospital de Tóquio

02

Você está fazendo uma pesquisa sobre a globalização e lê a seguinte passagem, em um livro:

A SOCIEDADE GLOBAL
As pessoas se alimentam, se vestem, moram, se comunicam, se divertem, por meio de bens e
serviços mundiais, utilizando mercadorias produzidas pelo capitalismo mundial, globalizado.
Suponhamos que você vá com seus amigos comer Big Mac e tomar Coca-Cola no Mc Donald’s.
Em seguida, assiste a um filme de Steven Spielberg e volta para casa num ônibus de marca Mercedes.
Ao chegar em casa, liga seu aparelho de TV Philips para ver o videoclip de Michael Jackson e, em
seguida, deve ouvir um CD do grupo Simply Red, gravado pela BMG Ariola Discos em seu equipamento AIWA.
Veja quantas empresas transnacionais estiveram presentes nesse seu curto programa de algumas horas.

Com base no texto e em seus conhecimentos de Geografia e História, marque a resposta correta.

A - O capitalismo globalizado está eliminando as particularidades culturais dos povos da Terra.
B - A cultura, transmitida por empresas transnacionais, tornou-se um fenômeno criador das novas nações.
C - A globalização do capitalismo neutralizou o surgimento de movimentos nacionalistas de forte cunho cultural e divisionista.
D - O capitalismo globalizado atinge apenas a Europa e a América do Norte.
E - Empresas transnacionais pertencem a países de uma mesma cultura.


03

Quando tomaram a Bahia, em 1624-5, os holandeses promoveram também o bloqueio naval de Benguela e Luanda, na costa africana. Em 1637, Nassau enviou uma frota do Recife para capturar São Jorge da Mina, entreposto português de comércio do ouro e de escravos no litoral africano (atual Gana). Luanda, Benguela e São Tomé caíram nas mãos dos holandeses entre agosto e novembro de 1641. A captura dos dois polos da economia de plantações mostrava-se indispensável para o implemento da atividade açucareira.

Os polos econômicos aos quais se refere o texto são
A - as zonas comerciais americanas e as zonas agrícolas africanas.
B - as zonas comerciais africanas e as zonas de transformação e melhoramento americanas.
C - as zonas de minifúndios americanas e as zonas comerciais africanas.
D - as zonas manufatureiras americanas e as zonas de entreposto africano no caminho para Europa.
E - as zonas produtoras escravistas americanas e as zonas africanas reprodutoras de escravos.

04

Formou-se na América tropical uma sociedade agrária na estrutura, escravocrata na técnica de exploração econômica, híbrida de índio – e mais tarde de negro – na composição. Sociedade que se desenvolveria defendida menos pela consciência de raça, do que pelo exclusivismo religioso desdobrado em sistema de profilaxia social e política. Menos pela ação oficial do que pelo braço e pela espada do particular. Mas tudo isso subordinado ao espírito político e de realismo econômico e jurídico que aqui, como em Portugal, foi desde o primeiro século elemento decisivo de formação nacional; sendo que entre nós através das grandes famílias proprietárias e autônomas; senhores de engenho com altar e capelão dentro de casa e índios de arco e flecha ou negros armados de arcabuzes às suas ordens.

De acordo com a abordagem de Gilberto Freyre sobre a formação da sociedade brasileira, é correto afirmar que
A - a colonização na América tropical era obra, sobretudo, da iniciativa particular.
B - o caráter da colonização portuguesa no Brasil era exclusivamente mercantil.
C - a constituição da população brasileira esteve isenta de mestiçagem racial e cultural.
D - a Metrópole ditava as regras e governava as terras brasileiras com punhos de ferro.
E - os engenhos constituíam um sistema econômico e político, mas sem implicações sociais.


05

Em material para análise de determinado marketing político, lê-se a seguinte conclusão:
A explosão demográfica que ocorreu a partir dos anos 50, especialmente no Terceiro Mundo, suscitou teorias ou políticas demográficas divergentes. Uma primeira teoria, dos neomalthusianos, defende que o crescimento demográfico dificulta o desenvolvimento econômico, já que provoca uma diminuição na renda nacional per capita e desvia os investimentos do Estado para setores menos produtivos. Diante disso, o país deveria desenvolver uma rígida política de controle de natalidade.
Uma segunda, a teoria reformista, argumenta que o problema não está na renda per capita e sim na distribuição irregular da renda, que não permite o acesso à educação e saúde. Diante disso o país deve promover a igualdade econômica e a justiça social.

Qual dos slogans abaixo poderia ser utilizado para defender o ponto de vista neomalthusiano?

A - “Controle populacional – nosso passaporte para o desenvolvimento.”
B - “Sem reformas sociais o país se reproduz e não produz.”
C - “População abundante, país forte!”
D - “O crescimento gera fraternidade e riqueza para todos.”
E - “Justiça social, sinônimo de desenvolvimento.”

06

A Revolução Industrial ocorrida no final do século XVIII transformou as relações do homem com o trabalho. As máquinas mudaram as formas de trabalhar, e as fábricas concentraram-se em regiões próximas às matérias-primas e grandes portos, originando vastas concentrações humanas. Muitos dos operários vinham da área rural e cumpriam jornadas de trabalho de 12 a 14 horas, na maioria das vezes em condições adversas. A legislação trabalhista surgiu muito lentamente ao longo do século XIX e a diminuição da jornada de trabalho para oito horas diárias concretizou-se no início do século XX.
Pode-se afirmar que as conquistas no início Do século XX, decorrentes da legislação trabalhista, estão relacionadas com

A - a expansão do capitalismo e a consolidação dos regimes monárquicos constitucionais.
B - a expressiva diminuição da oferta de mão-de-obra, devido à demanda por trabalhadores especializados.
C - a capacidade de mobilização dos trabalhadores em defesa dos seus interesses.
D - o crescimento do Estado ao mesmo tempo que diminuía a representação operária nos parlamentos.
E - a vitória dos partidos comunistas nas eleições das principais capitais européias

07

O texto abaixo, de John Locke (1632-1704), revela algumas características de uma determinada corrente de pensamento.

“Se o homem no estado de natureza é tão livre, conforme dissemos, se é senhor absoluto da sua própria pessoa e posses, igual ao maior e a ninguém sujeito, por que abrirá ele mão dessa liberdade, por que abandonará o seu império e sujeitar-se-á ao domínio e controle de qualquer outro poder?
Ao que é óbvio responder que, embora no estado de natureza tenha tal direito, a utilização do mesmo é muito incerta e está constantemente exposto à invasão de terceiros porque, sendo todos senhores tanto quanto ele, todo homem igual a ele e, na maior parte, pouco observadores da eqüidade e da justiça, o proveito da propriedade que possui nesse estado é muito inseguro e muito arriscado. Estas circunstâncias obrigam-no a abandonar uma condição que, embora livre, está cheia de temores e perigos constantes; e não é sem razão que procura de boa vontade juntar-se em sociedade com outros que estão já unidos, ou pretendem unir-se, para a mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens a que chamo de propriedade.”


Do ponto de vista político, podemos considerar o texto como uma tentativa de justificar:

A - a existência do governo como um poder oriundo da natureza.
B - a origem do governo como uma propriedade do rei.
C - o absolutismo monárquico como uma imposição da natureza humana.
D - a origem do governo como uma proteção à vida, aos bens e aos direitos.
E - poder dos governantes, colocando a liberdade individual acima da propriedade.


08

“... Um operário desenrola o arame, o outro o endireita, um terceiro corta, um quarto o afia nas pontas para a colocação da cabeça do alfinete; para fazer a cabeça do alfinete requerem- se 3 ou 4 operações diferentes; ...”
SMITH, Adam. A Riqueza das Nações. Investigação sobre a sua Natureza e suas Causas. Vol. I. São Paulo: Nova Cultural, 1985.




















Jornal do Brasil, 19 de fevereiro de1997.

A respeito do texto e do quadrinho são feitas as seguintes afirmações:

I. Ambos retratam a intensa divisão do trabalho, à qual são submetidos os operários.
II. O texto refere-se à produção informatizada e o quadrinho, à produção artesanal.
III. Ambos contêm a idéia de que o produto da atividade industrial não depende do conhecimento de todo o processo por parte do operário.

Dentre essas afirmações, apenas

A - I está correta.
B - II está correta.
C - III está correta.
D - I e II estão corretas.
E - I e III estão corretas.


09

I - Para o filósofo inglês Thomas Hobbes (1588-1679), o estado de natureza é um estado de guerra universal e perpétua. Contraposto ao estado de natureza, entendido como estado de guerra, o estado de paz é a sociedade civilizada.

Dentre outras tendências que dialogam com as idéias de Hobbes, destaca-se a definida pelo texto abaixo.

II - Nem todas as guerras são injustas e correlativamente, nem toda paz é justa, razão pela qual a guerra nem sempre é um desvalor, e a paz nem sempre um valor.
BOBBIO, N. MATTEUCCI, N PASQUINO, G. Dicionário de Política, 5ª ed. Brasília: Universidade de Brasília; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2000.

Comparando as idéias de Hobbes (texto I) com a tendência citada no texto II, pode-se afirmar que

A - em ambos, a guerra é entendida como inevitável e injusta.
B - para Hobbes, a paz é inerente à civilização e, segundo o texto II, ela não é um valor absoluto.
C - de acordo com Hobbes, a guerra é um valor absoluto e, segundo o texto II, a paz é sempre melhor que a guerra.
D - em ambos, a guerra ou a paz são boas quando o fim é justo.
E - para Hobbes, a paz liga-se à natureza e, de acordo com o texto II, à civilização.


10

Michel de Montaigne (1533-1592) compara, nos trechos, as guerras das sociedades Tupinambás com as chamadas guerras de religião dos franceses que, na segunda metade do século XVI, opunham católicos e protestantes.

Não vejo nada de bárbaro ou selvagem no que dizem daqueles povos: e, na verdade, cada qual considera bárbaro o que não se pratica em sua terra. Não me parece excessivo julgar bárbaros tais atos de crueldade (o canibalismo), mas que o fato de condenar tais defeitso não no leve à cegueira acerca dos nossos. Estimo que é mais bárbaro comer um homem vivo do que comer depois de morto; é pior esquartejar um homem entre suplícios e tormentos e o queimar aos poucos, ou entregá-lo a cães e porcos, a pretexto de devoção e fé, como não somente o lemos, mas vimos ocorrer entre vizinhos nossos conterrâneos; e isso em verdade é bem mais grave do que assar e comer um homem previamente executado. Podemos, portanto, qualificar esses povos como bárbaros em dando apenas ouvidos à inteligência, mas nunca se compararmos a nós mesmos, que os excedemos em toda sorte de barbaridades.

De acordo com o texto, pode-se afirmar que, para Montaigne,

A - a idéia de relativismo cultural baseia-se na hipótese da origem única do gênero humano e da sua religião.
B - a diferença de costumes não constitui um critério válido para julgar as diferentes sociedades.
C - os indígenas são mais bárbaros do que os europeus, pois não conhecem a virtude cristã da piedade.
D - a barbárie é um comportamento social que pressupõe a ausência de uma cultura civilizada e racional.
E - a ingenuidade dos indígenas equivale a racionalidade dos europeus, o que explica que os seus costumes são similares.

11

A idade da pedra chegou ao fim, não porque faltassem pedras; a era do petróleo chegará igualmente ao fim, mas não por falta de petróleo.
Xeque Yamani, Ex-ministro do Petróleo da Arábia Saudita. O Estado de S. Paulo, 20/08/2001.

Considerando as características que envolvem a utilização das matérias-primas citadas no texto em diferentes contextos histórico-geográficos, é correto afirmar que, de acordo com o autor, a exemplo do que aconteceu na Idade da Pedra, o fim da era do Petróleo estaria relacionado

A - à redução e o esgotamento das reservas de petróleo.
B - ao desenvolvimento tecnológico e à utilização de novas fontes de energia.
C - ao desenvolvimento dos transportes e conseqüente aumento do consumo de energia.
D - ao excesso de produção e conseqüente desvalorização do barril de petróleo.
E - à diminuição das áreas humanas sobre o meio ambiente.

12

Observe as duas afirmações de Montesquieu (1689-1755), a respeito da escravidão:

A escravidão não é boa por natureza; não é útil nem ao senhor, nem ao escravo: a este porque nada pode fazer por virtude; àquele, porque contrai com seus escravos toda sorte de maus hábitos e se acostuma insensivelmente a faltar contra todas as virtudes morais: torna-se orgulhoso, brusco, duro, colérico, voluptuoso, cruel.
Se eu tivesse que defender o direito que tivemos de tornar escravos os negros, eis o que eu diria: tendo os povos da Europa exterminado os da América, tiveram que escravizar os da África para utilizá-los para abrir tantas terras. O açúcar seria muito caro se não fizéssemos que escravos cultivassem a planta que o produz.
(Montesquieu. O espírito das leis.)

Com base nos textos, podemos afirmar que, para Montesquieu,

A - o preconceito racial foi contido pela moral religiosa.
B - a política econômica e a moral justificaram a escravidão.
C - a escravidão era indefensável de um ponto de vista econômico.
D - o convívio com os europeus foi benéfico para os escravos africanos.
E - o fundamento moral do direito pode submeter-se às razões econômicas.

13

O mapa abaixo apresenta parte do contorno da América do Sul destacando a bacia amazônica. Os pontos assinalados representam fortificações militares instaladas no século XVIII pelos portugueses. A linha indica o Tratado de Tordesilhas revogado pelo Tratado de Madri, apenas em 1750.




Pode-se afirmar que a construção dos fortes pelos portugueses visava, principalmente, dominar

A - militarmente a bacia hidrográfica do Amazonas.
B - economicamente as grandes rotas comerciais.
C - as fronteiras entre nações indígenas.
D - o escoamento da produção agrícola.
E - o potencial de pesca da região.



14

O texto aponta no quadro de Tarsila do Amaral um tema que também se encontra nos versos transcritos em:

A - “Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas.”
(Vinícius de Moraes)

B - “Somos muitos severinos
iguais em tudo e na sina:
a de abrandar estas pedras
suando-se muito em cima.”
(João Cabral de Melo Neto)

C - “O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada em arquivos.”
(Ferreira Gullar)

D - “Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os
sonhos do mundo.”
(Fernando Pessoa)

E - “Os inocentes do Leblon
Não viram o navio entrar (...)
Os inocentes, definitivamente inocentes tudo
ignoravam,
mas a areia é quente, e há um óleo suave
que eles passam pelas costas, e aquecem.”
(Carlos Drummond de Andrade)

15

O que chamamos de corte principesca era, essencialmente, o palácio do príncipe. Os músicos eram tão indispensáveis nesses grandes palácios quanto os pasteleiros, os cozinheiros e os criados. Eles eram o que se chamava, um tanto pejorativamente, de criados de libré. A maior parte dos músicos ficava satisfeita quando tinha garantida a subsistência, como acontecia com as outras pessoas de classe média na corte; entre os que não se satisfaziam, estava o pai de Mozart. Mas ele também se curvou às circunstâncias a que não podia escapar.

Norbert Elias. Mozart: sociologia de um gênio. Ed. Jorge Zahar, 1995, p. 18 (com adaptações).

Considerando-se que a sociedade do Antigo Regime dividia-se tradicionalmente em estamentos: nobreza, clero e 3.° Estado, é correto afirmar que o autor do texto, ao fazer referência a “classe média”, descreve a sociedade utilizando a noção posterior de classe social a fim de

A - aproximar da nobreza cortesã a condição de classe dos músicos, que pertenciam ao 3.° Estado.
B - destacar a consciência de classe que possuíam os músicos, ao contrário dos demais trabalhadores manuais.
C - indicar que os músicos se encontravam na mesma situação que os demais membros do 3.° Estado.
D - distinguir, dentro do 3.° Estado, as condições em que viviam os “criados de libré” e os camponeses.
E - comprovar a existência, no interior da corte, de uma luta de classes entre os trabalhadores manuais.

16

A identidade negra não surge da tomada de consciência de uma diferença de pigmentação ou de uma diferença biológica entre populações negras e brancas e(ou) negras e amarelas. Ela resulta de um longo processo histórico que começa com o descobrimento, no século XV, do continente africano e de seus habitantes pelos navegadores portugueses, descobrimento esse que abriu o caminho às relações mercantilistas com a África, ao tráfico negreiro, à escravidão e, enfim, à colonização do continente africano e de seus povos.

K. Munanga. Algumas considerações sobre a diversidade e a identidade negra no Brasil. In: Diversidade na educação: reflexões e experiências. Brasília: SEMTEC/MEC, 2003, p. 37.

Com relação ao assunto tratado no texto acima, é correto afirmar que

A - a colonização da África pelos europeus foi simultânea ao descobrimento desse continente.
B - a existência de lucrativo comércio na África levou os portugueses a desenvolverem esse continente.
C - o surgimento do tráfico negreiro foi posterior ao início da escravidão no Brasil.
D - a exploração da África decorreu do movimento de expansão européia do início da Idade Moderna.
E - a colonização da África antecedeu as relações comerciais entre esse continente e a Europa.

17

Em 4 de julho de 1776, as Treze Colônias que vieram inicialmente a constituir os Estados Unidos da América (EUA) declaravam sua independência e justificavam a ruptura do Pacto Colonial. Em palavras profundamente subversivas para a época, afirmavam a igualdade dos homens e apregoavam como seus direitos inalienáveis: o direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade. Afirmavam que o poder dos governantes, aos quais cabia a defesa daqueles direitos, derivava dos governados. Esses conceitos revolucionários que ecoavam o Iluminismo foram retomados com maior vigor e amplitude treze anos mais tarde, em 1789, na França.

Emília Viotti da Costa. Apresentação da coleção. In: Wladimir Pomar. Revolução Chinesa. São Paulo: UNESP, 2003 (com adaptações).

Considerando o texto acima, acerca da independência dos EUA e da Revolução Francesa, assinale a opção correta.

A - A independência dos EUA e a Revolução Francesa integravam o mesmo contexto histórico, mas se baseavam em princípios e ideais opostos.
B - O processo revolucionário francês identificou-se com o movimento de independência norte-americana no apoio ao absolutismo esclarecido.
C - Tanto nos EUA quanto na França, as teses iluministas sustentavam a luta pelo reconhecimento dos direitos considerados essenciais à dignidade humana.
D - Por ter sido pioneira, a Revolução Francesa exerceu forte influência no desencadeamento da independência norte-americana.
E - Ao romper o Pacto Colonial, a Revolução Francesa abriu o caminho para as independências das colônias ibéricas situadas na América.


18

O que se entende por Corte do antigo regime é, em primeiro lugar, a casa de habitação dos reis de França, de suas famílias, de todas as pessoas que, de perto ou de longe, dela fazem parte. As despesas da Corte, da imensa casa dos reis, são consignadas no registro das despesas do reino da França sob a rubrica significativa de Casas Reais.


Algumas casas de habitação dos reis tiveram grande efetividade política e terminaram por se transformar em patrimônio artístico e cultural, cujo exemplo é

A - o palácio de Versalhes.
B - o Museu Britânico.
C - a catedral de Colônia.
D - a Casa Branca.
E - a pirâmide do faraó Quéops.

19

Na democracia estado-unidense, os cidadãos são incluídos na sociedade pelo exercício pleno dos direitos políticos e também pela ideia geral de direito de propriedade. Compete ao governo garantir que esse direito não seja violado. Como consequência, mesmo aqueles que possuem uma pequena propriedade sentem-se cidadãos de pleno direito.

Na tradição política dos EUA, uma forma de incluir socialmente os cidadãos é

A - submeter o indivíduo à proteção do governo.
B - hierarquizar os indivíduos segundo suas posses.
C - estimular a formação de propriedades comunais.
D - vincular democracia e possibilidades econômicas individuais.
E - defender a obrigação de que todos os indivíduos tenham propriedades.

20

Na década de 30 do século XIX, Tocqueville escreveu as seguintes linhas a respeito da moralidade nos EUA: “A opinião pública norte-americana é particularmente dura com a falta de moral, pois esta desvia a atenção frente à busca do bem-estar e prejudica a harmonia doméstica, que é tão essencial ao sucesso dos negócios. Nesse sentido, pode-se dizer que ser casto é uma questão de honra”.

Do trecho, infere-se que, para Tocqueville, os norte-americanos do seu tempo
A - buscavam o êxito, descurando as virtudes cívicas.
B - tinham na vida moral uma garantia de enriquecimento rápido.
C - valorizavam um conceito de honra dissociado do comportamento ético.
D - relacionavam a conduta moral dos indivíduos com o progresso econômico.
E - acreditavam que o comportamento casto perturbava a harmonia doméstica.

21

A prosperidade induzida pela emergência das máquinas de tear escondia uma acentuada perda de prestígio. Foi nessa idade de ouro que os artesãos, ou os tecelões temporários, passaram a ser denominados, de modo genérico, tecelões de teares manuais. Exceto em alguns ramos especializados, os velhos artesãos foram colocados lado a lado com novos imigrantes, enquanto pequenos fazendeiros-tecelões abandonaram suas pequenas propriedades para se concentrar na atividade de tecer. Reduzidos à completa dependência dos teares mecanizados ou dos fornecedores de matéria-prima, os tecelões ficaram expostos a sucessivas reduções dos rendimentos.

Com a mudança tecnológica ocorrida durante a Revolução Industrial, a forma de trabalhar alterou-se porque

A - a invenção do tear propiciou o surgimento de novas relações sociais.
B - os tecelões mais hábeis prevaleceram sobre os inexperientes.
C - os novos teares exigiam treinamento especializado para serem operados.
D - os artesãos, no período anterior, combinavam a tecelagem com o cultivo de subsistência.
E - os trabalhadores não especializados se apropriaram dos lugares dos antigos artesãos nas fábricas.



22

Até o século XVII, as paisagens rurais eram marcadas por atividades rudimentares e de baixa produtividade. A partir da Revolução Industrial, porém, sobretudo com o advento da revolução tecnológica, houve um desenvolvimento contínuo do setor agropecuário.

São, portanto, observadas consequências econômicas, sociais e ambientais inter-relacionadas no período posterior à Revolução Industrial, as quais incluem

A - a erradicação da fome no mundo.
B - o aumento das áreas rurais e a diminuição das áreas urbanas.
C - a maior demanda por recursos naturais, entre os quais os recursos energéticos.
D - a menor necessidade de utilização de adubos e corretivos na agricultura.
E - o contínuo aumento da oferta de emprego no setor primário da economia, em face da mecanização.

23

Além dos inúmeros eletrodomésticos e bens eletrônicos, o automóvel produzido pela indústria fordista promoveu, a partir dos anos 50, mudanças significativas no modo de vida dos consumidores e também na habitação e nas cidades. Com a massificação do consumo dos bens modernos, dos eletroeletrônicos e também do automóvel, mudaram radicalmente o modo de vida, os valores, a cultura e o conjunto do ambiente construído. Da ocupação do solo urbano até o interior da moradia, a transformação foi profunda.

Uma das consequências das inovações tecnológicas das últimas décadas, que determinaram diferentes formas de uso e ocupação do espaço geográfico, é a instituição das chamadas cidades globais, que se caracterizam por

A - possuírem o mesmo nível de influência no cenário mundial.
B - fortalecerem os laços de cidadania e solidariedade entre os membros das diversas comunidades.
C - constituírem um passo importante para a diminuição das desigualdades sociais causadas pela polarização social e pela segregação urbana.
D - terem sido diretamente impactadas pelo processo de internacionalização da economia, desencadeado a partir do final dos anos 1970.
E - terem sua origem diretamente relacionadas ao processo de colonização ocidental do século XIX.
























24
As terras brasileiras foram divididas por meio de tratados entre Portugal e Espanha. De acordo com esses tratados, identificados no mapa, conclui-se que

A - Portugal, pelo Tratado de Tordesilhas, detinha o controle da foz do rio Amazonas.
B - o Tratado de Tordesilhas utilizava os rios como limite físico da América portuguesa.
C - o Tratado de Madri reconheceu a expansão portuguesa além da linha de Tordesilhas.
D - Portugal, pelo Tratado de San Ildefonso, perdia territórios na América em relação ao de Tordesilhas.
E - o Tratado de Madri criou a divisão administrativa da América Portuguesa em Vice-Reinos Oriental e Ocidental.

25

A Inglaterra pedia lucros e recebia lucros. Tudo se transformava em lucro. As cidades tinham sua sujeira lucrativa, suas favelas lucrativas, sua fumaça lucrativa, sua desordem lucrativa, sua ignorância lucrativa, seu desespero lucrativo. As novas fábricas e os novos altos-fornos eram como as Pirâmides, mostrando mais a escravização do homem que seu poder.

Qual relação é estabelecida no texto entre os avanços tecnológicos ocorridos no contexto da Revolução Industrial Inglesa e as características das cidades industriais no início do século XIX?

A –A facilidade em se estabelecer relações lucrativas transformava as cidades em espaços privilegiados para a livre iniciativa, característica da nova sociedade capitalista.
B - O desenvolvimento de métodos de planejamento urbano aumentava a eficiência do trabalho industrial.
C - A construção de núcleos urbanos integrados por meios de transporte facilitava o deslocamento dos trabalhadores das periferias até as fábricas.
D - A grandiosidade dos prédios onde se localizavam as fábricas revelava os avanços da engenharia e da arquitetura do período, transformando as cidades em locais de experimentação estética e artística.
E - O alto nível de exploração dos trabalhadores industriais ocasionava o surgimento de aglomerados urbanos marcados por péssimas condições de moradia, saúde e higiene.






26

Em nosso país queremos substituir o egoísmo pela moral, a honra pela probidade, os usos pelos princípios, as conveniências pelos deveres, a tirania da moda pelo império da razão, o desprezo à desgraça pelo desprezo ao vício, a insolência pelo orgulho, a vaidade pela grandeza de alma, o amor ao dinheiro pelo amor à glória, a boa companhia pelas boas pessoas, a intriga pelo mérito, o espirituoso pelo gênio, o brilho pela verdade, o tédio da volúpia pelo encanto da felicidade, a mesquinharia dos grandes pela grandeza do homem.

O discurso de Robespierre, de 5 de fevereiro de 1794, do qual o trecho transcrito é parte, relaciona-se a qual dos grupos político-sociais envolvidos na Revolução Francesa?

A - À alta burguesia, que desejava participar do poder legislativo francês como força política dominante.
B - Ao clero francês, que desejava justiça social e era ligado à alta burguesia.
C - A militares oriundos da pequena e média burguesia, que derrotaram as potências rivais e queriam reorganizar a França internamente.
D - À nobreza esclarecida, que, em função do seu contato com os intelectuais iluministas, desejava extinguir o absolutismo francês.
E - Aos representantes da pequena e média burguesia e das camadas populares, que desejavam justiça social e direitos políticos.

27

Homens da Inglaterra, por que arar para os senhores que vos mantêm na miséria? Por que tecer com esforços e cuidado as ricas roupas que vossos tiranos vestem? Por que alimentar, vestir e poupar do berço até o túmulo esses parasitas ingratos que exploram vosso suor — ah, que bebem vosso sangue?

A análise do trecho permite identificar que o poeta romântico Shelley (1792-1822) registrou uma contradição nas condições socioeconômicas da nascente classe trabalhadora inglesa durante a Revolução Industrial. Tal contradição está identificada

A - na pobreza dos empregados, que estava dissociada da riqueza dos patrões.
B - no salário dos operários, que era proporcional aos seus esforços nas indústrias.
C - na burguesia, que tinha seus negócios financiados pelo proletariado.
D - no trabalho, que era considerado uma garantia de liberdade.
E - na riqueza, que não era usufruída por aqueles que a produziam.

28

Um banco inglês decidiu cobrar de seus clientes cinco libras toda vez que recorressem aos funcionários de suas agências. E o motivo disso é que, na verdade, não querem clientes em suas agências; o que querem é reduzir o número de agências, fazendo com que os clientes usem as máquinas automáticas em todo o tipo de transações. Em suma, eles querem se livrar de seus funcionários.
HOBSBAWM, E. O novo século.
O exemplo mencionado permite identificar um aspecto da adoção de novas tecnologias na economia capitalista contemporânea. Um argumento utilizado pelas empresas e uma consequência social de tal aspecto estão em

A - qualidade total e estabilidade no trabalho.
B - pleno emprego e enfraquecimento dos sindicatos.
C - diminuição dos custos e insegurança no emprego.
D - responsabilidade social e redução do desemprego.E - maximização dos lucros e aparecimento de empregos