terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Reta Final - continuação

23 - Resposta livre - verifique a questão anterior.


24 - O racismo tornou-se crime inafiançável; As empresas de maior porte devem possuir um determinado número de trabalhadores com necessidades especiais; etc.

25 - Figura 1 - Plano Cruzado; congelamento de preços e de salários.
Figura 2 - Plano Brasil Novo (Plano Collor) ; bloqueio dos cruzados depositados em contas correntes, poupança e outras aplicações financeiras em bancos.
Figura 3 - Plano Real ; criação de uma nova moeda - real - ancorada no dólar.


Ótima prova. Que Deus ilumine seu caminho na Universidade.
Luz e Paz.
Newton Miranda

Reta Final - Sugestão de respostas (Brasil República)

RETA FINAL HISTÒRIA – 2010 – SOMA
SUGESTÃO DE RESPOSTAS
QUESTÕES 01 A 25, PAG. 63 EM DIANTE
PROF. NEWTON MIRANDA



01 –
O Partido Republicano agregou os setores de oposição ao Império e, nos últimos anos do Segundo Reinado, tornou-se uma importante força política. A elite cafeicultora paulista, insatisfeita com o unitarismo e os ex-proprietários de escravos, revoltados com a não indenização pela abolição da escravatura, aumentaram os quadros do Partido.

02 –
a) A resposta está no texto.
b) Predomínio dos militares no governo federal e consolidação da república no Brasil.

03 –
Fim da união da Igreja Católica ao Estado e instituição do Estado laico.

04 –

a) O voto universal e secreto substituiu o voto universal masculino. Além disso, foi instituída a Justiça Eleitoral com a finalidade de coibir as fraudes e fiscalizar o processo eleitoral.

b) O sistema eleitoral era marcado pela fraude e manipulação dos votos dos eleitores das áreas rurais, prática denominada de voto de cabresto ou de curral eleitoral.

05 –
Washington Luis defende a ação arbitrária do Estado na solução dos problemas sociais, ou seja, prega a repressão às demandas das camadas populares. Vargas, ao contrário, defende a articulação entre o Estado e o povo, especialmente trabalhadores e os mais pobres, notadamente paternalista em relação ao povo.

06 –
O cangaceiro é fruto de uma realidade marcada pela pobreza, seca, falta de oportunidades e concentração fundiária. Essa realidade provoca o surgimento de um grande contingente de pessoas sem amparo e possibilidades, que, muitas vezes, encontram no cangaço uma alternativa – violenta – de vida.

07 –
a) Nos períodos colonial e imperial, o trabalho braçal era considerado aviltante e relacionado à condição dos escravos e das pessoas inferiores. As pessoas de bem não trabalhavam.

b) Na Era Vargas, o trabalho foi elevado à condição algo de valor e necessário à grandeza da Nação. A propaganda exalta a importância do trabalhador para o País.

08 –

Ao longo do governo Vargas, as relações entre o Estado e as camadas urbanas foram caracterizadas pelo governo paternalista e responsável pelas conquistas dos trabalhadores, tais como férias, salário mínimo e outras. Além disso, o governo impôs um controle rigoroso aos sindicatos, conhecido como peleguismo.

09 –

O golpe de 1937, que inaugurou o Estado Novo, foi considerado como necessário, uma vez que Vargas estava salvando o Brasil de nova ameaça marxista que, de fato, não existia. A Intentona Comunista, liderada por Prestes em 1935, serviu como base para a justificativa utilizada por Getúlio para a defesa do Brasil diante da possibilidade de novo levante comunista.

10 –

No plano interno, a ação do Estado, especialmente após o advento da Era Vargas. O governo federal tornou-se o principal agente da industrialização, empreendendo diversas ações, especialmente na criação de indústrias de base e de infra-estrutura.
No plano externo, a abertura para o investimento do capital estrangeiro, notadamente oriundo dos Estados Unidos, representado pela chegada de investidores e de empresas multinacionais.

11 –

A intervenção do Estado na educação, de tal forma que, desde os primeiros anos escolares, o indivíduo relacione a nacionalidade com o regime político implantado no País.
Vargas recorreu intensamente aos meios de comunicação, subordinados ao DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), a fim de consolidar a relação da imagem do ditador à identidade nacional.

12 –

a) Bossa Nova

b) A bossa nova surgiu no contexto do programa desenvolvimentista iniciado por JK. O próprio presidente foi apelidado de “Bossa Nova”, uma vez que o novo estilo musical identificava-se com a modernidade imprimida por JK ao Brasil, especialmente, pelas realizações do Plano de Metas.


13 –

O Plano de Metas foi o principal esteiro da política econômica de JK. Objetivava o desenvolvimento industrial, a modernização e a integração das regiões ao progresso. Foi marcante o investimento estatal combinado com o aporte de capital externo. A elevação da inflação e do déficit público foram efeitos colaterais dos anos JK.

14 –

a) a manutenção do parlamentarismo ou o retorno ao presidencialismo.

b) a população, em grande maioria, votou pelo retorno ao presidencialismo.

c) João Goulart assumiu plenamente a chefia de governo do País, podendo, assim, encaminhar o seu projeto de Reformas de Base. As forças conservadoras e de oposição organizaram-se contra Jango, fato que culminou na derrubada do presidente em 1964.

15 –

O AI 5 estabeleceu poderes excepcionais para o presidente da República que, entre outras coisas, poderia fechar o Congresso e intervir nos Estados, além de poder determinar a cassação e a suspensão dos direitos políticos dos cidadãos brasileiros. O AI 5 é considerado como a explicitação da Ditadura no Brasil.

16 –

a) A ruptura ocorreu com o golpe civil e militar que derrubou um presidente legalmente eleito – João Goulart. O novo regime instituiu formas controladas de disputa política ao permitir o funcionamento do Congresso e dos legislativos estaduais e municipais, além de permitir o funcionamento de partidos políticos – Arena e MDB – este último de oposição controlada pelo governo.


b)
A imposição do AI 5 que estabeleceu a hipertrofia do executivo federal e deu ao presidente da República poderes excepcionais; a institucionalização da tortura que foi utilizada largamente pelos órgãos ligados à repressão contra os opositores do regime; a sistemática cassação e suspensão dos direitos políticos dos cidadãos brasileiros a fim de conter a oposição à ditadura.

17 –

a) As greves mobilizaram os trabalhadores contra a concentração de renda e contra o arrocho salarial que vitimava grande parte do povo. Nesse contexto, as greves incentivaram a organização e a mobilização de outros segmentos e oposição e, assim, contribuíram decisivamente para o fim do regime militar no Brasil.

b) O fim do AI 5 (Geisel) e a Anistia (Figueiredo)

18 -

a) Diretas Já.

b) Apoiar a emenda Dante de Oliveira que tramitava no Congresso e que, se fosse aprovada, estabeleceria eleições diretas para a sucessão de Figueiredo.

19 -

a) Estabeleceu o direito de voto para os menores de 18 e maiores de 16 anos e para os analfabetos; considerou o racismo como crime inafiançável; estabeleceu o mandado de injunção, que permite à sociedade exigir que o Estado cumpra a Constituição Federal.

b)

20 – resposta de acordo com o texto

21 –
Na Era Vargas, o Estado exerceu um papel significativo na economia, tornando-se o principal agente da industrialização e empreendendo obras de infra-estrutura e criando industrias de base, como a CSN. O governo de FHC é caracterizado pela intensificação do processo de privatização, ou seja, o desmonte do Estado inaugurado por Vargas, uma vez que o governo reduziu drasticamente seu papel na economia, especialmente por meio da venda de estatais.

22 –

a) Os Estados e Municípios dependem do governo federal que, recorrendo ao seu poder de dono das principais verbas e receitas nacionais, consegue, num acordo fisiológico com o Congresso e partidos aliados, uma base parlamentar sólida e dócil que, via de regra, atende às exigências do Executivo Federal.

b) A História Republicana brasileira é repleta de exemplos de autoritarismo por parte do governo federal. O executivo federal hipertrofiado marcou o país durante o regime militar e ao longo da Era Vargas, sendo importantes fundamentos para a tradição de governos autoritários e centralizadores.

c) O fisiologismo, no qual partidos e governo federal barganham apoio em troca de verbas e de cargos; a disseminação da corrupção, tal como o mensalão.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Reformas bourbônicas - Espanha, século XVIII

A ascensão dos Bourbons ao trono espanhol, após a morte de Carlos II de Habsburgo, trouxe modificações profundas

nas relações coloniais. Lembremos, de inicio, que a guerra de sucessão espanhola (1700-1713) não se reduziu ao

plano interno, sendo, antes de tudo, uma guerra entre França e Inglaterra pela hegemonia na Europa. A entrada dos

Bourbons, e a aproximação com a França, levou a Espanha a uma série de concessões à Inglaterra. Pelo Tratado de

Utrecht (1713), a Espanha cedeu aos ingleses o direito de enviar uma determinada quantidade de mercadorias,

anualmente, aos portos coloniais, além do cobiçado direito de asiento (monopólio da venda de licenças para o

tráfico de escravos africanos nas colônias).
Apesar de tudo, e sob os influxos do pensamento ilustrado do século XVIII, os Bourbons trataram de assumir uma

política de recuperação nacional, visando, em primei¬ro lugar, à modernização econômica do país e, em segundo

lugar. à restauração dos vínculos monopolistas com a América. Contando com uma relativa superação da conjuntura

depressiva (aumento da população, da produção agrícola, etc), os Bourbons procuraram abolir as aduanas internas e

estimular a manufatura nacional, a fim de livrar o país da dependência externa. Quanto às colônias, fizeram amplas

reformas administrativas e comerciais, culminando com a política “recolonizadora” de Carlos III (1759- 1788).
Entre outras medidas, foram criadas companhias de comércio para monopolizarem certos produtos coloniais —Barcelona,

Zaragoza e Guipuzcoa —, e suprimiu-se o sistema de “exclusivo” montado pelo Habsburgo: o regime de porto único

extinguiu-se em 1778, sendo autorizados 13 portos espanhóis para o comércio colonial, e o regime de frotas e

galeões terminou abolido em 1798.
Ao contrário do que supõem alguns autores, o período bourbônico não significou a instauração do “livre comércio”

com a América, mas tão-somente uma ampliação do “exclusivo”, e sua remodelação institucional, visando justamente ao

reforço dos vínculos coloniais. Medidas “modernizantes” no plano interno e uma política “recolonizadora” nos

negócios americanos, eis o sentido profundo das reformas bourbônicas do século XVIII.
Deste modo, muitos dos circuitos intercoloniais pro¬movidos no século XVII e inícios de XVIII passaram ao controle

da metrópole, particularmente os que envolviam metais preciosos e produtos tropicais. A política de “diversificação

econômica” adotada pelos Bourbons — à qual muitos atribuem a difusão do cacau na Venezuela, do açúcar em Cuba, e do

tabaco em Nova Granada —, não passou, em muitos casos, de uma reorientação das exportações coloniais em favor da

metrópole.
Na conjuntura do século XVIII, sobretudo após 1750, a América caiu novamente sob o controle político e comercial da

Espanha, do qual só sairia com a crise da independência.



VAINFAS, Ronaldo. Economia e Sociedade na América Espanhola. Rio de Janeiro : Graal, 1984.
Transposição didática: Ivonete da Silva Souza

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

ENEM 2009 (PROVA REALIZADA EM DEZEMBRO DE 2009)
COMENTÁRIOS
HISTÓRIA
PROF. NEWTON MIRANDA




46 - O que se entende por Corte do antigo regime é, em primeiro lugar, a casa de habitação dos reis de França, de suas famílias, de todas as pessoas que, de perto ou de longe, dela fazem parte. As despesas da Corte, da imensa casa dos reis, são consignadas no registro das despesas do reino da França sob a rubrica significativa de Casas Reais.
ELIAS, N. A sociedade de corte. Lisboa: Estampa, 1987.

Algumas casas de habitação dos reis tiveram grande efetividade política e terminaram por se transformar em patrimônio artístico e cultural, cujo exemplo é

A) o palácio de Versalhes.
B) o Museu Britânico.
C) a catedral de Colônia.
D) a Casa Branca.
E) a pirâmide do faraó Quéops.

A questão tem dificuldade média, uma vez que exige um conhecimento além daquele que está no texto. O Palácio de Versalhes, cuja construção foi iniciada por Luis XIV, é um dos principais, talvez o principal, monumento representativo do antigo regime e explicita o apogeu do absolutismo francês.

Habilidade - Valorizar a diversidade dos patrimônios etnoculturais e artísticos, identificando-a em suas manifestações e representações em diferentes sociedades, épocas e lugares.

47 - O Egito é visitado anualmente por milhões de turistas de todos os quadrantes do planeta, desejosos de ver com os próprios olhos a grandiosidade do poder esculpida em pedra há milênios: as pirâmides de Gizeh, as tumbas do Vale dos Reis e os numerosos templos construídos ao longo do Nilo.
O que hoje se transformou em atração turística era, no passado, interpretado de forma muito diferente, pois

A) significava, entre outros aspectos, o poder que os faraós tinham para escravizar grandes contingentes populacionais que trabalhavam nesses monumentos.
B) representava para as populações do alto Egito a possibilidade de migrar para o sul e encontrar trabalho nos canteiros faraônicos.
C) significava a solução para os problemas econômicos, uma vez que os faraós sacrificavam aos deuses suas riquezas, construindo templos.
D) representava a possibilidade de o faraó ordenar a sociedade, obrigando os desocupados a trabalharem em obras públicas, que engrandeceram o próprio Egito.
E) significava um peso para a população egípcia, que condenava o luxo faraônico e a religião baseada em crenças e superstições.


As civilizações da antiguidade oriental utilizavam, freqüentemente, o trabalho compulsório (servil ou escravo). Tal forma de trabalho, no caso egípcio, foi fundamental para a construção das grandes obras que enalteciam o poder – político e divino – dos faraós. Vale registrar, por exemplo, que os hebreus foram escravizados pelos egípcios na antiguidade.
Habilidade - Valorizar a diversidade dos patrimônios etnoculturais e artísticos, identificando-a em suas manifestações e representações em diferentes sociedades, épocas e lugares.

48 - Hoje em dia, nas grandes cidades, enterrar os mortos é uma prática quase íntima, que diz respeito à família. A menos, é claro, que se trate de uma personalidade conhecida. Entretanto, isso nem sempre foi assim. Para um historiador, os sepultamentos são uma fonte de informações importantes para que se compreenda, por
exemplo, a vida política das sociedades.
No que se refere às práticas sociais ligadas aos sepultamentos,

A) na Grécia Antiga, as cerimônias fúnebres eram desvalorizadas, porque o mais importante era a democracia experimentada pelos vivos.
B) na Idade Média, a Igreja tinha pouca influência sobre os rituais fúnebres, preocupando-se mais com a salvação da alma.
C) no Brasil colônia, o sepultamento dos mortos nas igrejas era regido pela observância da hierarquia social.
D) na época da Reforma, o catolicismo condenou os excessos de gastos que a burguesia fazia para sepultar seus mortos.
E) no período posterior à Revolução Francesa, devido as grandes perturbações sociais, abandona-se a prática do luto.

No período colonial brasileiro havia uma preocupação das classes - consideradas dominantes – com a demonstração de seu status e prestígio no meio social, seja na vida, seja na morte. Assim, os funerais e os locais de sepultamento obedeciam e explicitavam uma hierarquia entre os homens.

Habilidade - Confrontar interpretações diversas de situações ou fatos de natureza históricogeográfica, técnico-científica, artístico-cultural ou do cotidiano, comparando diferentes pontos de vista, identificando os pressupostos de cada interpretação e analisando a validade dos argumentos utilizados.

49 - A Idade Média é um extenso período da História do Ocidente cuja memória é construída e reconstruída segundo as circunstâncias das épocas posteriores. Assim, desde o Renascimento, esse período vem sendo alvo de diversas interpretações que dizem mais sobre o contexto histórico em que são produzidas do que propriamente sobre o Medievo.
Um exemplo acerca do que está exposto no texto acima é

A) a associação que Hitler estabeleceu entre o III Reich e o Sacro Império Romano Germânico.
B) o retorno dos valores cristãos medievais, presentes nos documentos do Concílio Vaticano II.
C) a luta dos negros sul-africanos contra o apartheid inspirada por valores dos primeiros cristãos.
D) o fortalecimento político de Napoleão Bonaparte, que se justificava na amplitude de poderes que tivera Carlos Magno.
E) a tradição heróica da cavalaria medieval, que foi afetada negativamente pelas produções cinematográficas de Hollywood.

O nazismo buscou símbolos do passado para a sua justificação. O nacionalismo exacerbado do nazismo recorreu, sistematicamente aos valores da formação do povo germânico e, consequentemente, ao processo de formação do Reich alemão que se desenvolveu desde o período medieval, quando surgiram os germanos e, posteriormente, quando foi inaugurado o I Reich (Sacro Império Romano Germânico).
Habilidade - Confrontar interpretações diversas de situações ou fatos de natureza históricogeográfica, técnico-científica, artístico-cultural ou do cotidiano, comparando diferentes pontos de vista, identificando os pressupostos de cada interpretação e analisando a validade dos argumentos utilizados.

50 - Os regimes totalitários da primeira metade do século XX apoiaram-se fortemente na mobilização da juventude em torno da defesa de idéias grandiosas para o futuro da nação. Nesses projetos, os jovens deveriam entender que só havia uma pessoa digna de ser amada e obedecida, que era o líder. Tais movimentos sociais juvenis contribuíram para a implantação e a sustentação do nazismo, na Alemanha, e do fascismo, na Itália, Espanha e Portugal.
A atuação desses movimentos juvenis caracterizava-se
A) pelo sectarismo e pela forma violenta e radical com que enfrentavam os opositores ao regime.
B) pelas propostas de conscientização da população acerca dos seus direitos como cidadãos.
C) pela promoção de um modo de vida saudável, que mostrava os jovens como exemplos a seguir.
D) pelo diálogo, ao organizar debates que opunham jovens idealistas e velhas lideranças conservadoras.
E) pelos métodos políticos populistas e pela organização de comícios multitudinários.

As organizações nazifascistas caracterizavam-se pela intolerância e pela violência em seu discurso e na sua prática. Assim, tais armas eram utilizadas para combater os opositores da ideologia autoritária. Destaca-se nesse contexto, a Juventude Hitlerista.
Habilidade - Dado um conjunto de informações sobre uma realidade histórico-geográfica, contextualizar e ordenar os eventos registrados, compreendendo a importância dos fatores sociais, econômicos, políticos ou culturais.


51 - A primeira metade do século XX foi marcada por conflitos e processos que a inscreveram como um dos mais violentos períodos da história humana.
Entre os principais fatores que estiveram na origem dos conflitos ocorridos durante a primeira metade do século XX estão

A - a crise do colonialismo, a ascensão do nacionalismo e do totalitarismo.
B - o enfraquecimento do império britânico, a Grande Depressão e a corrida nuclear.
C - o declínio britânico, o fracasso da Liga das Nações e a Revolução Cubana.
D - a corrida armamentista, o terceiro-mundismo e o expansionismo soviético.
E - a Revolução Bolchevique, o imperialismo e a unificação da Alemanha.


O aluno deverá saber quais os fatores – causas – que provocaram as tensões que marcaram a primeira metade do século XX. A revolução bolchevique, o imperialismo e a unificação da Alemanha, com certeza, levaram o mundo a um dos mais tensos momentos de sua história.

Vale registrar que o aluno deverá compreender o significado da palavra fator – causa.
Habilidade - Dado um conjunto de informações sobre uma realidade histórico-geográfica, contextualizar e ordenar os eventos registrados, compreendendo a importância dos fatores sociais, econômicos, políticos ou culturais.
52 - Do ponto de vista geopolítico, a Guerra Fria dividiu a Europa em dois blocos. Essa divisão propiciou a formação de alianças antagônicas de caráter militar, como a OTAN, que aglutinava os países do bloco ocidental, e o Pacto de Varsóvia, que concentrava os do bloco oriental. É importante destacar que, na formação da OTAN, estão presentes, além dos países do oeste europeu, os EUA e o Canadá. Essa divisão histórica atingiu igualmente os âmbitos político e econômico que se refletia pela opção entre os modelos capitalista e socialista.
Essa divisão européia ficou conhecida como

A) Cortina de Ferro.
B) Muro de Berlim.
C) União Europeia.
D) Convenção de Ramsar.
E) Conferência de Estocolmo.

A expressão cortina de ferro, utilizada pela primeira vez por Winston Churchill, primeiro ministro britânico, representa a divisão leste-oeste e o antagonismo entre capitalismo e socialismo engendrados na guerra fria.
Habilidade - Dado um conjunto de informações sobre uma realidade histórico-geográfica, contextualizar e ordenar os eventos registrados, compreendendo a importância dos fatores sociais, econômicos, políticos ou culturais.

53 - O ano de 1968 ficou conhecido pela efervescência social, tal como se pode comprovar pelo seguinte trecho, retirado de texto sobre propostas preliminares para uma revolução cultural. “É preciso discutir em todos os lugares e com todos. O dever de ser responsável e pensar politicamente diz respeito a todos, não é privilégio de uma minoria de iniciados. Não devemos nos surpreender com o caos das ideias, pois essa é a condição para a emergência de novas ideias. Os pais do regime devem compreender que autonomia não é uma palavra vã; ela supõe a partilha do poder, ou seja, a mudança de sua natureza. Que ninguém tente rotular o movimento atual; ele não tem etiquetas e não precisa delas”.
Journal de la comune étudiante. Textes et documents. Paris: Seuil, 1969 (adaptado).
Os movimentos sociais, que marcaram o ano de 1968,
A) foram manifestações desprovidas de conotação política, que tinham o objetivo de questionar a rigidez dos padrões de comportamento social fundados em valores tradicionais da moral religiosa.
B) restringiram-se às sociedades de países desenvolvidos, onde a industrialização avançada, a penetração dos meios de comunicação de massa e a alienação cultural que deles resultava eram mais evidentes.
C) resultaram no fortalecimento do conservadorismo político, social e religioso que prevaleceu nos países ocidentais durante as décadas de 70 e 80.
D) tiveram baixa repercussão no plano político, apesar de seus fortes desdobramentos nos planos social e cultural, expressos na mudança de costumes e na contracultura.
E) inspiraram futuras mobilizações, como o pacifismo, o ambientalismo, a promoção da equidade de gêneros e a defesa dos direitos das minorias.

A leitura atenta do enunciado leva o aluno à opção E. Em 1968 ocorreram inúmeros episódios em todo o mundo que levantaram bandeiras que ainda fazem parte de vários movimentos atuais, tais como o pacifismo, a defesa do meio ambiente, a luta pelos direitos humanos e das minorias, entre outros.
Habilidade - Dado um conjunto de informações sobre uma realidade histórico-geográfica, contextualizar e ordenar os eventos registrados, compreendendo a importância dos fatores sociais, econômicos, políticos ou culturais.

54 - Os Yanomamis constituem uma sociedade indígena do norte da Amazônia e forma um amplo conjunto linguístico
e cultural. Para os Yanomami, urihi, a “terra-floresta”, não é um mero cenário inerte, objeto de exploração econômica, e sim uma entidade viva, animada por uma dinâmica de trocas entre os diversos seres que a povoam. A floresta possui um sopro vital, wixia, que é muito longo. Se não a desmatarmos, ela não morrerá.
Ela não se decompõe, isto é, não se desfaz. É graças ao seu sopro úmido que as plantas crescem. A floresta não está morta pois, se fosse assim, as florestas não teriam folhas. Tampouco se veria água. Segundo os Yanomami, se os brancos os fizerem desaparecer para desmatá-la e morar no seu lugar, ficarão pobres e acabarão tendo fome e sede.
ALBERT, B. Yanomami, o espírito da floresta. Almanaque Brasil Socioambiental. São Paulo: ISA, 2007 (adaptado)
De acordo com o texto, os Yanomami acreditam que

A) a floresta não possui organismos decompositores.
B) o potencial econômico da floresta deve ser explorado.
C) o homem branco convive harmonicamente com urihi.
D) as folhas e a água são menos importantes para a floresta que seu sopro vital.
E) Wixia é a capacidade que tem a floresta de se sustentar por meio de processos vitais.

A resposta está no próprio texto, no qual se afirma que os índios Yanomami consideram que a floresta é uma entidade viva, dada sua capacidade de se autossustentar, o que é observado, por exemplo, na decomposição das folhas que caem das árvores. Esse processo vital é chamado pelos Yanomami de Wixia.
Confrontar interpretações diversas de situações ou fatos de natureza históricogeográfica, técnico-científica, artístico-cultural ou do cotidiano, comparando diferentes pontos de vista, identificando os pressupostos de cada interpretação e analisando a validade dos argumentos utilizados.

55 - O fim da Guerra Fria e da bipolaridade, entre as décadas de 1980 e 1990, gerou expectativas de que seria instaurada uma ordem internacional marcada pela redução de conflitos e pela multipolaridade.
O panorama estratégico do mundo pós-Guerra Fria apresenta
A) o aumento de conflitos internos associados ao nacionalismo, às disputas étnicas, ao extremismo religioso e ao fortalecimento de ameaças como o terrorismo, o tráfico de drogas e o crime organizado.
B) o fim da corrida armamentista e a redução dos gastos militares das grandes potências, o que se traduziu em maior estabilidade nos continentes europeu e asiático, que tinham sido palco da Guerra Fria.
C) o desengajamento das grandes potências, pois as intervenções militares em regiões assoladas por conflitos passaram a ser realizadas pela Organização das Nações Unidas (ONU), com maior envolvimento de países emergentes.
D) a plena vigência do Tratado de Não Proliferação, que afastou a possibilidade de um conflito nuclear como ameaça global, devido à crescente consciência política internacional acerca desse perigo.
E) a condição dos EUA como única superpotência, mas que se submetem às decisões da ONU no que concerne às ações militares.

O encerramento da ordem bipolar foi acompanhado pela formação de outra ordem, ou melhor dizendo, desordem mundial. Inúmeros conflitos em várias partes do mundo, provocados por questões nacionalistas, étnicas, recentes ou antigas, assolam a humanidade. Os Estados Unidos são considerados como a maior potência mundial, mas não se submetem à ONU, como prova a invasão ao Iraque que não foi autorizada pelas Nações Unidas.
Confrontar interpretações diversas de situações ou fatos de natureza históricogeográfica, técnico-científica, artístico-cultural ou do cotidiano, comparando diferentes pontos de vista, identificando os pressupostos de cada interpretação e analisando a validade dos argumentos utilizados.

56 - Na democracia estado-unidense, os cidadãos são incluídos na sociedade pelo exercício pleno dos direitos políticos e também pela ideia geral de direito de propriedade. Compete ao governo garantir que esse direito não seja violado. Como consequência, mesmo aqueles que possuem uma pequena propriedade sentem-se cidadãos de pleno direito.
Na tradição política dos EUA, uma forma de incluir socialmente os cidadãos é
A) submeter o indivíduo à proteção do governo.
B) hierarquizar os indivíduos segundo suas posses.
C) estimular a formação de propriedades comunais.
D) vincular democracia e possibilidades econômicas individuais.
E) defender a obrigação de que todos os indivíduos tenham propriedades.

O enunciado relaciona a cidadania à propriedade, portanto, a questão é de fácil solução, uma vez que a resposta está no próprio enunciado. Vale registrar a referência – implícita – às idéias de John Locke, pensador inglês que afirmava que a origem do governo está na preocupação dos cidadãos em protegerem suas propriedades.
Habilidade - Confrontar interpretações diversas de situações ou fatos de natureza históricogeográfica, técnico-científica, artístico-cultural ou do cotidiano, comparando diferentes pontos de vista, identificando os pressupostos de cada interpretação e analisando a validade dos argumentos utilizados.

57 - Na década de 30 do século XIX, Tocqueville escreveu as seguintes linhas a respeito da moralidade nos EUA: “A opinião pública norte-americana é particularmente dura com a falta de moral, pois esta desvia a atenção frente à busca do bem-estar e prejudica a harmonia doméstica, que é tão essencial ao sucesso dos negócios.
Nesse sentido, pode-se dizer que ser casto é uma questão de honra”.
TOCQUEVILLE, A. Democracy in America. Chicago: Encyclopaedia Britannica, Inc., Great Books 44, 1990 (adaptado).
Do trecho, infere-se que, para Tocqueville, os norte-americanos do seu tempo
A) buscavam o êxito, descurando as virtudes cívicas.
B) tinham na vida moral uma garantia de enriquecimento rápido.
C) valorizavam um conceito de honra dissociado do comportamento ético.
D) relacionavam a conduta moral dos indivíduos com o progresso econômico.
E) acreditavam que o comportamento casto perturbava a harmonia doméstica.

A questão é fácil, pois requer apenas a interpretação do texto que contém a resposta. De acordo com Tocqueville, a moral está relacionada diretamente com o sucesso e a prosperidade dos indivíduos e da nação.
Habilidade - Confrontar interpretações diversas de situações ou fatos de natureza históricogeográfica, técnico-científica, artístico-cultural ou do cotidiano, comparando diferentes pontos de vista, identificando os pressupostos de cada interpretação e analisando a validade dos argumentos utilizados.

58 - A definição de eleitor foi tema de artigos nas Constituições brasileiras de 1891 e de 1934. Diz a Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 1891:
Art. 70. São eleitores os cidadãos maiores de 21 anos que se alistarem na forma da lei.
A Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 1934, por sua vez, estabelece que:
Art. 180. São eleitores os brasileiros de um e de outro sexo, maiores de 18 anos, que se alistarem na forma da lei.
Ao se comparar os dois artigos, no que diz respeito ao gênero dos eleitores, depreende-se que
A) a Constituição de 1934 avançou ao reduzir a idade mínima para votar.
B) a Constituição de 1891, ao se referir a cidadãos, referia-se também às mulheres.
C) os textos de ambas as Cartas permitiam que qualquer cidadão fosse eleitor.
D) o texto da carta de 1891 já permitia o voto feminino.
E) a Constituição de 1891 considerava eleitores apenas os indivíduos do sexo masculino.

A questão requer, a priori, o entendimento da palavra “gênero”, que quer dizer sexo. Assim, ao comparar as duas constituições brasileiras, observa-se que a constituição de 1891 estabelecia o voto universal masculino, enquanto que a de 1934 instituia o voto universal, ou seja, homens e mulheres poderiam votar.
Habilidade - Confrontar interpretações diversas de situações ou fatos de natureza históricogeográfica, técnico-científica, artístico-cultural ou do cotidiano, comparando diferentes pontos de vista, identificando os pressupostos de cada interpretação e analisando a validade dos argumentos utilizados.

59 - Para Caio Prado Jr., a formação brasileira se completaria no momento em que fosse superada a nossa herança de inorganicidade social — o oposto da interligação com objetivos internos — trazida da colônia. Este momento alto estaria, ou esteve, no futuro. Se passarmos a Sérgio Buarque de Holanda, encontraremos algo análogo.
O país será moderno e estará formado quando superar a sua herança portuguesa, rural e autoritária, quando então teríamos um país democrático. Também aqui o ponto de chegada está mais adiante, na dependência das decisões do presente. Celso Furtado, por seu turno, dirá que a nação não se completa enquanto as alavancas do comando, principalmente do econômico, não passarem para dentro do país. Como para os outros dois, a conclusão do processo encontra-se no futuro, que agora parece remoto.
SCHWARZ, R. Os sete fôlegos de um livro. Sequências brasileiras. São Paulo: Cia. das Letras, 1999 (adaptado).
Acerca das expectativas quanto à formação do Brasil, a sentença que sintetiza os pontos de vista apresentados no texto é:
A) Brasil, um país que vai pra frente.
B) Brasil, a eterna esperança.
C) Brasil, glória no passado, grandeza no presente.
D) Brasil, terra bela, pátria grande.
E) Brasil, gigante pela própria natureza.
De acordo com os autores mencionados no enunciado da questão, a superação dos problemas nacionais, cujas origens estão no passado colonial e na herança portuguesa, depende da eliminação desse pesado legado luso-colonial. Assim, enquanto o passado não passa, o Brasil é a eterna esperança – de um futuro melhor.
Habilidade - Confrontar interpretações diversas de situações ou fatos de natureza históricogeográfica, técnico-científica, artístico-cultural ou do cotidiano, comparando diferentes pontos de vista, identificando os pressupostos de cada interpretação e analisando a validade dos argumentos utilizados.

60 - Segundo Aristóteles, “na cidade com o melhor conjunto de normas e naquela dotada de homens absolutamente justos, os cidadãos não devem viver uma vida de trabalho trivial ou de negócios — esses tipos de vida são desprezíveis e incompatíveis com as qualidades morais —, tampouco devem ser agricultores os aspirantes à cidadania, pois o lazer é indispensável ao desenvolvimento das qualidades morais e à prática das atividades políticas.”
VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade-Estado. São Paulo: Atual, 1994.
O trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, permite compreender que a cidadania
A) possui uma dimensão histórica que deve ser criticada, pois é condenável que os políticos de qualquer época fiquem entregues à ociosidade, enquanto o resto dos cidadãos tem de trabalhar.
B) era entendida como uma dignidade própria dos grupos sociais superiores, fruto de uma concepção política profundamente hierarquizada da sociedade.
C) estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção política democrática, que levava todos os habitantes da pólis a participarem da vida cívica.
D) tinha profundas conexões com a justiça, razão pela qual o tempo livre dos cidadãos deveria ser dedicado às atividades vinculadas aos tribunais.
E) vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles que se dedicavam à política e que tinham tempo para resolver os problemas da cidade.

O ócio (lazer) é um pré-requisito fundamental para que o individuo possa dedicar-se aos problemas da cidade (polis). Assim sendo, somente os cidadãos – homens com tempo livre – poderiam cuidar da administração das cidades e da vida política.
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61 - O autor da constituição de 1937, Francisco Campos, afirma no seu livro, O Estado Nacional, que o eleitor seria apático; a democracia de partidos conduziria à desordem; a independência do Poder Judiciário acabaria em injustiça e ineficiência; e que apenas o Poder Executivo, centralizado em Getúlio Vargas, seria capaz de dar racionalidade imparcial ao Estado, pois Vargas teria providencial intuição do bem e da verdade, além de ser um gênio político.
CAMPOS. F. O Estado nacional. Rio de Janeiro: José Olympio, 1940 (adaptado).
Segundo as ideias de Francisco Campos,
A) os eleitores, políticos e juízes seriam mal-intencionados.
B) o governo Vargas seria um mal necessário, mas transitório.
C) Vargas seria o homem adequado para implantar a democracia de partidos.
D) a Constituição de 1937 seria a preparação para uma futura democracia liberal.
E) Vargas seria o homem capaz de exercer o poder de modo inteligente e correto.

O próprio texto apresenta a resposta. Francisco Campos deixa claro, em suas afirmações políticas, que Vargas era o governante capaz de exercer o poder com êxito, uma vez que era um gênio político e com proverbial intuição do bem e da verdade.
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62 - No final do século XVI, na Bahia, Guiomar de Oliveira denunciou Antônia Nóbrega à Inquisição. Segundo o depoimento, esta lhe dava “uns pós não sabe de quê, e outros pós de osso de finado, os quais pós ela confessante deu a beber em vinho ao dito seu marido para ser seu amigo e serem bem-casados, e que todas estas coisas fez tendo-lhe dito a dita Antônia e ensinado que eram coisas diabólicas e que os diabos lha ensinaram”.
ARAÚJO, E. O teatro dos vícios. Transgressão e transigência na sociedade urbana colonial. Brasília: UnB/José Olympio, 1997.
Do ponto de vista da Inquisição,
A) O problema dos métodos citados no trecho residia na dissimulação, que acabava por enganar o enfeitiçado.
B) o diabo era um concorrente poderoso da autoridade da Igreja e somente a justiça do fogo poderia eliminá-lo.
C) os ingredientes em decomposição das poções mágicas eram condenados porque afetavam a saúde da população.
D) as feiticeiras representavam séria ameaça à sociedade, pois eram perceptíveis suas tendências feministas.
E) os cristãos deviam preservar a instituição do casamento recorrendo exclusivamente aos ensinamentos da Igreja.

Ao confessar diante da Inquisição, a ré Guiomar mostrou que Antônia de Nóbrega estava a serviço do diabo. Assim, o combate às forças demoníacas, conforme as ações inquisitoriais, requeria a execução dos hereges na fogueira (auto de fé).
Habilidade - Confrontar interpretações diversas de situações ou fatos de natureza históricogeográfica, técnico-científica, artístico-cultural ou do cotidiano, comparando diferentes pontos de vista, identificando os pressupostos de cada interpretação e analisando a validade dos argumentos utilizados.

63 - A partir de 1942 e estendendo-se até o final do Estado Novo, o Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio de Getúlio Vargas falou aos ouvintes da Rádio Nacional semanalmente, por dez minutos, no programa “Hora do Brasil”. O objetivo declarado do governo era esclarecer os trabalhadores acerca das inovações na legislação de proteção ao trabalho.
GOMES, A. C. A invenção do trabalhismo. Rio de Janeiro: IUPERJ/Vértice. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1988 (adaptado).
Os programas “Hora do Brasil” contribuíram para
A) conscientizar os trabalhadores de que os direitos sociais foram conquistados por seu esforço, após anos de lutas sindicais.
B) promover a autonomia dos grupos sociais, por meio de uma linguagem simples e de fácil entendimento.
C) estimular os movimentos grevistas, que reivindicavam um aprofundamento dos direitos trabalhistas.
D) consolidar a imagem de Vargas como um governante protetor das massas.
E) aumentar os grupos de discussão política dos trabalhadores, estimulados pelas palavras do ministro.

O rádio foi um poderoso aliado do governo Vargas, especialmente no Estado Novo. A imagem de Pai dos Pobres, difundida pelo DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) foi potencializada pelos meios de comunicação de massa, principalmente no programa A Hora do Brasil. Vale registrar que o movimento sindical e operário não possuía autonomia, sendo que os sindicatos eram submetidos às orientações do Ministério do Trabalho (peleguismo).
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64 - A formação dos Estados foi certamente distinta na Europa, na América Latina, na África e na Ásia. Os Estados atuais, em especial na América Latina — onde as instituições das populações locais existentes à época da conquista ou foram eliminadas, como no caso do México e do Peru, ou eram frágeis, como no caso do Brasil —, são o resultado, em geral, da evolução do transplante de instituições européias feito pelas metrópoles para suas colônias. Na África, as colônias tiveram fronteiras arbitrariamente traçadas, separando etnias, idiomas e tradições, que, mais tarde, sobreviveram ao processo de descolonização, dando razão para conflitos que, muitas vezes, têm sua verdadeira origem em disputas pela exploração de recursos naturais. Na Ásia, a colonização européia se fez de forma mais indireta e encontrou sistemas políticos e administrativos mais sofisticados, aos quais se superpôs. Hoje, aquelas formas anteriores de organização, ou pelo menos seu espírito, sobrevivem nas organizações políticas do Estado asiático.
GUIMARÃES, S. P. Nação, nacionalismo, Estado. Estudos Avançados. São Paulo: EDUSP, v. 22, nº- 62, jan.- abr. 2008 (adaptado).
Relacionando as informações ao contexto histórico e geográfico por elas evocado, assinale a opção correta acerca do processo de formação socioeconômica dos continentes mencionados no texto.
A) Devido à falta de recursos naturais a serem explorados no Brasil, conflitos étnicos e culturais como os ocorridos na África estiveram ausentes no período da independência e formação do Estado brasileiro.
B) A maior distinção entre os processos histórico-formativos dos continentes citados é a que se estabelece entre colonizador e colonizados, ou seja, entre a Europa e os demais.
C) À época das conquista, a América Latina, a África e a Ásia tinham sistemas políticos e administrativos muito mais sofisticados que aqueles que lhes foram impostos pelo colonizador.
D) Comparadas ao México e ao Peru, as instituições brasileiras, por terem sido eliminadas à época da conquista, sofreram mais influência dos modelos institucionais europeus.
E) O modelo histórico da formação do Estado asiático equipara-se ao brasileiro, pois em ambos se manteve o espírito das formas de organização anteriores à conquista.

Apesar das diferenças no processo colonizador que atingiu a America (antigo sistema colonial) e África e Ásia (neocolonialismo), fica patente a dominação européia que, independente das diferenças nos dois processos, foi igual na violência e na exploração.
Habilidade - Confrontar interpretações diversas de situações ou fatos de natureza históricogeográfica, técnico-científica, artístico-cultural ou do cotidiano, comparando diferentes pontos de vista, identificando os pressupostos de cada interpretação e analisando a validade dos argumentos utilizados.
65 - Colhe o Brasil, após esforço contínuo dilatado no tempo, o que plantou no esforço da construção de sua inserção internacional. Há dois séculos formularam-se os pilares da política externa. Teve o país inteligência de longo prazo e cálculo de oportunidade do mundo difuso da transição da hegemonia britânica para o século americano. Engendrou concepções, conceitos e teoria própria no século XIX, de José Bonifácio ao Visconde do Rio Branco. Buscou autonomia decisória no século XX. As elites se interessaram, por meio de calorosos debates, pelo destino do Brasil. O país emergiu, de Vargas aos militares, como ator responsável e previsível nas ações externas do Estado. A mudança de regime político para a democracia não alterou o pragmatismo externo, mas o aperfeiçoou.
SARAIVA, J. F. S. O lugar do Brasil e o silêncio do parlamento. Correio Braziliense, Brasília, 28 maio 2009 (adaptado).
Sob o ponto de vista da política externa brasileira no século XX, conclui-se que
A) o Brasil é um país periférico na ordem mundial, devido às diferentes conjunturas de inserção internacional.
B) as possibilidades de fazer prevalecer ideias e conceitos próprios, no que tange aos temas do comércio internacional e dos países em desenvolvimento, são mínimas.
C) as brechas do sistema internacional não foram bem aproveitadas para avançar posições voltadas para a criação de uma área de cooperação e associação integrada a seu entorno geográfico.
D) os grandes debates nacionais acerca da inserção internacional do Brasil foram embasados pelas elites do Império e da República por meio de consultas aos diversos setores da população.
E) a atuação do Brasil em termos de política externa evidencia que o país tem capacidade decisória própria, mesmo diante dos constrangimentos internacionais.
A política externa nacional foi – e é – praticada dentro de um contexto internacional dominado pela Inglaterra ou pelos Estados Unidos. Entretanto, apesar de muitas vezes submetido a essas hegemonias, o Brasil assumiu – e assume – posições políticas internacionais independentes, tais como, por exemplo, a política externa de Jânio Quadros e de João Goulart, nos anos 1961 – 1964, de Geisel, na década de 1970, e de Lula, na atualidade.
Habilidade - Confrontar interpretações diversas de situações ou fatos de natureza históricogeográfica, técnico-científica, artístico-cultural ou do cotidiano, comparando diferentes pontos de vista, identificando os pressupostos de cada interpretação e analisando a validade dos argumentos utilizados.

66 - No tempo da independência do Brasil, circulavam nas classes populares do Recife trovas que faziam alusão à revolta escrava do Haiti:
Marinheiros e caiados
Todos devem se acabar.
Porque só pardos e pretos
O país hão de habitar.
AMARAL, F. P. do Apud CARVALHO, A. Estudos pernambucanos, Recife: Cultura Acadêmica, 1907.
O período da independência do Brasil registra conflitos raciais, como se depreende
A) dos rumores acerca da revolta escrava do Haiti, que circulavam entre a população escrava e entre os mestiços pobres, alimentando seu desejo por mudanças.
B) da rejeição aos portugueses, brancos, que significava a rejeição à opressão da Metrópole, como ocorreu na Noite das Garrafadas.
C) do apoio que escravos e negros forros deram à monarquia, com a perspectiva de receber sua proteção contra as injustiças do sistema escravista.
D) do repúdio que os escravos trabalhadores dos portos demonstravam contra os marinheiros, porque estes representavam a elite branca opressora.
E) da expulsão de vários líderes negros independentistas, que defendiam a implantação de uma república negra, a exemplo do Haiti.

A Revolução de São Domingos – independência do Haiti – foi o primeiro e único caso bem sucedido de independência, na America, liderada por negros. A influência desse movimento na America escravista e, notadamente no Brasil, provocou temor no seio das elites escravistas, uma vez que alimentou demandas dos negros – escravos ou não – e dos demais segmentos sociais tradicionalmente oprimidos, por uma sociedade mais justa e sem a escravidão.
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67 - A prosperidade induzida pela emergência das máquinas de tear escondia uma acentuada perda de prestígio. Foi nessa idade de ouro que os artesãos, ou os tecelões temporários, passaram a ser denominados, de modo genérico, tecelões de teares manuais. Exceto em alguns ramos especializados, os velhos artesãos foram colocados lado a lado com novos imigrantes, enquanto pequenos fazendeiros-tecelões abandonaram suas pequenas propriedades para se concentrar na atividade de tecer. Reduzidos à completa dependência dos teares mecanizados ou dos fornecedores de matéria-prima, os tecelões ficaram expostos a sucessivas reduções dos rendimentos.
THOMPSON, E. P. The making of the english working class. Harmondsworth: Penguim Books, 1979 (adaptado).
Com a mudança tecnológica ocorrida durante a Revolução Industrial, a forma de trabalhar alterou-se porque
A) a invenção do tear propiciou o surgimento de novas relações sociais.
B) os tecelões mais hábeis prevaleceram sobre os inexperientes.
C) os novos teares exigiam treinamento especializado para serem operados.
D) os artesãos, no período anterior, combinavam a tecelagem com o cultivo de subsistência.
E) os trabalhadores não especializados se apropriaram dos lugares dos antigos artesãos nas fábricas.

O advento da industrialização provocou profundas mudanças na organização socioeconômica européia e mundial. Aos poucos, ocorre a separação entre produtor e meios de produção, entre trabalho e capital.
Habilidade - Confrontar interpretações diversas de situações ou fatos de natureza históricogeográfica, técnico-científica, artístico-cultural ou do cotidiano, comparando diferentes pontos de vista, identificando os pressupostos de cada interpretação e analisando a validade dos argumentos utilizados.

68 - Até o século XVII, as paisagens rurais eram marcadas por atividades rudimentares e de baixa produtividade. A partir da Revolução Industrial, porém, sobretudo com o advento da revolução tecnológica, houve um desenvolvimento contínuo do setor agropecuário.
São, portanto, observadas consequências econômicas, sociais e ambientais inter-relacionadas no período posterior à Revolução Industrial, as quais incluem
A) a erradicação da fome no mundo.
B) o aumento das áreas rurais e a diminuição das áreas urbanas.
C) a maior demanda por recursos naturais, entre os quais os recursos energéticos.
D) a menor necessidade de utilização de adubos e corretivos na agricultura.
E) o contínuo aumento da oferta de emprego no setor primário da economia, em face da mecanização.

A Revolução Industrial foi marcada pela crescente demanda de recursos energéticos necessários para as diversas atividades fabris. No primeiro momento, o carvão era a fonte principal de energia. Com o passar do tempo, o petróleo e a eletricidade assumiram essa posição.
Habilidade - . Confrontar interpretações diversas de situações ou fatos de natureza históricogeográfica, técnico-científica, artístico-cultural ou do cotidiano, comparando diferentes pontos de vista, identificando os pressupostos de cada interpretação e analisando a validade dos argumentos utilizados.

69 - Como se assistisse à demonstração de um espetáculo mágico, ia revendo aquele ambiente tão característico de família, com seus pesados móveis de vinhático ou de jacarandá, de qualidade antiga, e que denunciavam um passado ilustre, gerações de Meneses talvez mais singelos e mais calmos; agora, uma espécie de desordem, de relaxamento, abastardava aquelas qualidades primaciais. Mesmo assim era fácil perceber o que haviam sido, esses nobres da roça, com seus cristais que brilhavam mansamente na sombra, suas pratas semi-empoeiradas que atestavam o esplendor esvanecido, seus marfins e suas opalinas — ah, respirava-se ali conforto, não havia dúvida, mas era apenas uma sobrevivência de coisas idas. Dir-se-ia, ante esse mundo que se ia desagregando, que um mal oculto o roía, como um tumor latente em suas entranhas.
CARDOSO, L. Crônica da casa assassinada. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002 (adaptado).
O mundo narrado nesse trecho do romance de Lúcio Cardoso, acerca da vida dos Meneses, família da aristocracia rural de Minas Gerais, apresenta não apenas a história da decadência dessa família, mas é, ainda, a representação literária de uma fase de desagregação política, social e econômica do país. O recurso expressivo que formula literariamente essa desagregação histórica é o de descrever a casa dos Meneses como

A) ambiente de pobreza e privação, que carece de conforto mínimo para a sobrevivência da família.
B) mundo mágico, capaz de recuperar o encantamento perdido durante o período de decadência da aristocracia rural mineira.
C) cena familiar, na qual o calor humano dos habitantes da casa ocupa o primeiro plano, compensando a frieza e austeridade dos objetos antigos.
D) símbolo de um passado ilustre que, apesar de superado, ainda resiste à sua total dissolução graças ao cuidado e asseio que a família dispensa à conservação da casa.
E) espaço arruinado, onde os objetos perderam seu esplendor e sobre os quais a vida repousa como lembrança de um passado que está em vias de desaparecer completamente.
O texto, de Lucio Cardoso, mostra uma casa em decadência, mas ainda com um brilho do passado de esplendor, passado de uma sociedade aristocrática e rural que, aos poucos, desaparecia, como a casa dos Meneses.

Habilidade - Confrontar interpretações diversas de situações ou fatos de natureza históricogeográfica, técnico-científica, artístico-cultural ou do cotidiano, comparando diferentes pontos de vista, identificando os pressupostos de cada interpretação e analisando a validade dos argumentos utilizados.
71 - O suíço Thomas Davatz chegou a São Paulo em 1855 para trabalhar como colono na fazenda de café Ibicaba, em Campinas. A perspectiva de prosperidade que o atraiu para o Brasil deu lugar a insatisfação e revolta, que ele registrou em livro. Sobre o percurso entre o porto de Santos e o planalto paulista, escreveu Davatz: “As estradas do Brasil, salvo em alguns trechos, são péssimas. Em quase toda parte, falta qualquer espécie de calçamento ou mesmo de saibro. Constam apenas de terra simples, sem nenhum benefício. É fácil prever que nessas estradas não se encontram estalagens e hospedarias como as da Europa. Nas cidades maiores, o viajante pode naturalmente encontrar aposento sofrível; nunca, porém, qualquer coisa de comparável à comodidade que proporciona na Europa qualquer estalagem rural. Tais cidades são, porém, muito poucas na distância que vai de Santos a Ibicaba e que se percorre em cinquenta horas no mínimo”.
Em 1867 foi inaugurada a ferrovia ligando Santos a Jundiaí, o que abreviou o tempo de viagem entre o litoral e o planalto para menos de um dia. Nos anos seguintes, foram construídos outros ramais ferroviários que articularam o interior cafeeiro ao porto de exportação, Santos.
DAVATZ, T. Memórias de um colono no Brasil, São Paulo: Livraria Martins, 1941 (adaptado).
O impacto das ferrovias na promoção de projetos de colonização com base em imigrantes europeus foi importante, porque
A) o percurso dos imigrantes até o interior, antes das ferrovias, era feito a pé ou em muares; no entanto, o tempo de viagem era aceitável, uma vez que o café era plantado nas proximidades da capital, São Paulo.
B) a expansão da malha ferroviária pelo interior de São Paulo permitiu que mão-de-obra estrangeira fosse contratada para trabalhar em cafezais de regiões cada vez mais distantes do porto de Santos.
C) o escoamento da produção de café se viu beneficiado pelos aportes de capital, principalmente de colonos italianos, que desejavam melhorar sua situação econômica.
D) os fazendeiros puderam prescindir da mão-de-obra europeia e contrataram trabalhadores brasileiros provenientes de outras regiões para trabalhar em suas plantações.
E) as notícias de terras acessíveis atraíram para São Paulo grande quantidade de imigrantes, que adquiriram vastas propriedades produtivas.

A economia cafeicultora estimulou a formação de uma infraestrutura, especialmente no caso de ferrovias e portos, necessários ao escoamento da produção para a exportação.
A expansão das lavouras cafeicultoras, para locais cada vez mais distantes, foi facilitada pela integração ferroviária, possibilitando o deslocamento de mercadorias e trabalhadores no vasto território cafeicultor brasileiro.
Habilidade – confrontar interpretações diversas de situações ou fatos de natureza históricogeográfica, técnico-científica, artístico-cultural ou do cotidiano, comparando diferentes pontos de vista, identificando os pressupostos de cada interpretação e analisando a validade dos argumentos utilizados.

73 - Populações inteiras, nas cidades e na zona rural, dispõem da parafernália digital global como fonte de educação de formação cultural. Essa simultaneidade de cultura e informação eletrônica com as formas tradicionais orais é um desafio que necessita ser discutido. A exposição, via mídia eletrônica, com estilos e valores ulturais de outras sociedades, pode inspirar apreço, mas também distorções e ressentimentos. Tanto quanto á necessidade de uma cultura tradicional de posse da educação letrada, também é necessário criar estratégias e alfabetização eletrônica, que passam a ser o grande canal de informação das culturas segmentadas no nterior dos grandes centros urbanos e das zonas rurais. Um novo modelo de educação.
BRIGAGÃO, C. E.; RODRIGUES, G. A globalização a olho nu: o mundo conectado.
São Paulo: Moderna, 1998 (adaptado).
Com base no texto e considerando os impactos culturais da difusão das tecnologias de informação no marco a globalização, depreende-se que

A) a ampla difusão das tecnologias de informação nos centros urbanos e no meio rural suscita o contato entre diferentes ulturas e, ao mesmo tempo, traz a necessidade de reformular as concepções tradicionais de educação.
B) a apropriação, por parte de um grupo social, de valores e ideias de outras culturas para benefício próprio é onte de conflitos e ressentimentos.
C) as mudanças sociais e culturais que acompanham o processo de globalização, ao mesmo tempo em que efletem a preponderância da cultura urbana, tornam obsoletas as formas de educação tradicionais próprias o meio rural.
D) as populações nos grandes centros urbanos e no meio rural recorrem aos instrumentos e tecnologias de informação asicamente como meio de comunicação mútua, e não os veem como fontes de educação e cultura.
E) a intensificação do fluxo de comunicação por meios eletrônicos, característica do processo de globalização, stá dissociada do desenvolvimento social e cultural que ocorre no meio rural.
Os avanços tecnológicos promovem alterações nos diversos segmentos da vida humana, quebram paradigmas e exigem reformulações de conceitos, inclusive no que se refere à educação.
Habilidade - Confrontar interpretações diversas de situações ou fatos de natureza históricogeográfica, técnico-científica, artístico-cultural ou do cotidiano, comparando diferentes pontos de vista, identificando os pressupostos de cada interpretação e analisando a validade dos argumentos utilizados.

74 - No período 750-338 a.C., a Grécia antiga era composta por cidades-Estado, como por exemplo Atenas, Esparta, Tebas, que eram independentes umas das outras, mas partilhavam algumas características culturais, como a língua grega. No centro da Grécia, Delfos era um lugar de culto religioso frequentado por habitantes de todas as cidades-Estado.
No período 1200-1600 d.C., na parte da Amazônia brasileira onde hoje está o Parque Nacional do Xingu, há vestígios de quinze cidades que eram cercadas por muros de madeira e que tinham até dois mil e quinhentos habitantes cada uma. Essas cidades eram ligadas por estradas a centros cerimoniais com grandes praças. Em torno delas havia roças, pomares e tanques para a criação de tartarugas. Aparentemente, epidemias dizimaram grande parte da população que lá vivia.
Folha de S.Paulo, ago. 2008 (adaptado).
Apesar das diferenças históricas e geográficas existentes entre as duas civilizações elas são semelhantes no aspecto de que
A) as ruínas das cidades mencionadas atestam que grandes epidemias dizimaram suas populações.
B) as cidades do Xingu desenvolveram a democracia, tal como foi concebida em Tebas.
C) as duas civilizações tinham cidades autônomas e independentes entre si.
D) os povos do Xingu falavam uma mesma língua, tal como nas cidades-Estado da Grécia.
E) as cidades do Xingu dedicavam-se à arte e à filosofia tal como na Grécia.

O texto trata da comparação entre as cidades gregas e as cidades existentes na região do Xingu (conforme vestígios existenes). A semelhanças, resguardadas o espaço-tempo histórico, está no fato de que as sociedades estudadas organizaram-se em cidades com certo grau de autonomia.
Habilidade - Confrontar interpretações diversas de situações ou fatos de natureza históricogeográfica, técnico-científica, artístico-cultural ou do cotidiano, comparando diferentes pontos de vista, identificando os pressupostos de cada interpretação e analisando a validade dos argumentos utilizados.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Gabarito simulado Brasil Império

1 - e
2 - a
3 - b
4 - c
5 - e
6 - d
7 - e
8 - e
9 - c
10 - (20)
11 - c
12 - c
13 - a
14 - c
15 - b
16 - c
17 - d
18 - d
19 - a
20 - d
21 - e
22 - d
23 - c
24 - e

Simulado - Brasil Império

SIMULADO ESPECIAL HISTÓRIA
PROF. NEWTON


01 - A respeito da independência do Brasil, pode-se afirmar que:
a) consubstanciou os ideais propostos na Confederação do Equador.
b) instituiu a monarquia como forma de governo, a partir de amplo movimento popular.
c) propôs, a partir das idéias liberais das elites políticas, a extinção do tráfico de escravos, contrariando os interesses da Inglaterra.
d) provocou, a partir da Constituição de 1824, profundas transformações na estruturas econômicas e sociais do País.
e) implicou na adoção da forma monárquica de governo e preservou os interesses básicos dos proprietários de terras e de escravos.

02 - A organização do Estado brasileiro que se seguiu à Independência resultou no projeto do grupo:
a) liberal-conservador, que defendia a monarquia constitucional, a integridade territorial e o regime centralizado.
b) maçônico, que pregava a autonomia provincial, o fortalecimento do executivo e a extinção da escravidão.
c) liberal-radical, que defendia a convocação de uma Assembléia Constituinte, a igualdade de direitos políticos e a manutenção da estrutura social.
d) cortesão, que defendia os interesses recolonizadores, as tradições monárquicas e o liberalismo econômico.
e) liberal-democrático, que defendia a soberania popular, o federalismo e a legitimidade monárquica.

03 - A concretização da emancipação política do Brasil, em 1822, foi seguida de divergências entre os diversos setores da sociedade, em torno do projeto constitucional, culminando com o fechamento da Assembléia Constituinte.
Assinale a opção que relaciona corretamente os preceitos da Constituição Imperial com as características da sociedade brasileira:
a) A autonomia das antigas Capitanias atendia aos interesses das oligarquias agrárias.
b) O Poder Moderador conferia ao Imperador a proeminência sobre os demais Poderes.
c) A abolição do Padroado, por influência liberal, assegurou ampla liberdade religiosa.
d) A abolição progressiva da escravidão, proposta de José Bonifácio, foi uma das principais razões da oposição ao Imperador D. Pedro I.
e) A introdução do sufrágio universal permitiu a participação política das camadas populares, provocando rebeliões em várias partes do país.

04 - Qual das alternativas a seguir contém as atividades produtivas que mais utilizaram a mão-de-obra escrava nos períodos Colonial e Imperial, no Brasil?
a) Cultura de subsistência nas colônias de parceria, na região Sul, e criação de gado nas terras gaúchas.
b) Extração de pau-brasil, culturas do fumo e do algodão.
c) Produção de açúcar, cultura do café e mineração.
d) Pecuária e mineração.
e) Comércio, construção de estradas de ferro e produção de açúcar.

05 - A opção pelo regime monárquico no Brasil, após a Independência, pode ser explicada
a) pela atração que os títulos nobiliárquicos exerciam sobre os grandes proprietários rurais.
b) pela crescente popularidade do regime monárquico entre a elite colonial brasileira.
c) pela pressão das oligarquias aliadas aos interesses, da Inglaterra e pela defesa da entrada de produtos manufaturados.
d) pelo temor aos ideais abolicionistas defendidos pelos republicanos nas Américas.
e) pelas transformações ocorridas com a instauração da Corte Portuguesa no Brasil e pela elevação do país a Reino Unido.

06 - "Usando do direito que a Constituição me concede, declaro que hei de muito voluntariamente abdicado na pessoa de meu mui amado e prezado filho o Sr. D. Pedro de Alcântara. Boa Vista - 7 de abril de 1831, décimo da Independência e do Império - D. Pedro I."

Nesses termos, D. Pedro I abdicou ao trono brasileiro no culminar de uma profunda crise, que NÃO se caracterizou por:
a) antagonismo entre o Imperador e parte da aristocracia rural brasileira.
b) empréstimos externos para cobrir o déficit público gerado, em grande parte, pelo aparelhamento das forças militares.
c) aumento do custo de vida, diminuição das exportações e aumento das importações.
d) pressão das elites coloniais que queriam o fim do Império e a implantação de uma República nos moldes dos Estados Unidos.
e) conflitos entre o Partido Brasileiro e o Partido Português e medo da recolonização.

07 - "Sabinada" na Bahia, "Balaiada" no Maranhão e "Farroupilha" no Rio Grande do Sul foram algumas das lutas que ocorreram no Brasil em um período caracterizado
a) por um regime centralizado na figura do imperador, impedindo a constituição de partidos políticos e transformações sociais na estrutura agrária.
b) pelo estabelecimento de um sistema monárquico descentralizado, o qual delegou às Províncias o encaminhamento da "questão servil".
c) por mudanças na organização partidária, o que facilitava o federalismo, e por transformações na estrutura fundiária de base escravista.
d) por uma fase de transição política, decorrente da abdicação de Dom Pedro I, fortemente marcada por um surto de industrialização, estimulado pelo Estado.
e) pela redefinição do poder monárquico e pela formação dos partidos políticos, sem que se alterassem as estruturas sociais e econômicas estabelecidas.

08 - Sobre a Guarda Nacional, é correto afirmar que ela foi criada:
a) pelo imperador, D. Pedro II, e era por ele diretamente comandada, razão pela qual tornou-se a principal força durante a Guerra do Paraguai.
b) para atuar unicamente no Sul, a fim de assegurar a dominação do Império na Província Cisplatina.
c) segundo o modelo da Guarda Nacional Francesa, o que fez dela o braço armado de diversas rebeliões no período regencial e início do Segundo Reinado.
d) para substituir o exército extinto durante a menoridade, o qual era composto, em sua maioria, por portugueses e ameaçava restaurar os laços coloniais.
e) no período regencial como instrumento dos setores conservadores destinado a manter e restabelecer a ordem e a tranqüilidade públicas.

09 - "Mais importante, o país é abalado por choques de extrema gravidade; não mais os motins... mas verdadeiros movimentos revolucionários, com intensa participação popular, põem em jogo a ordem interna e ameaçam a unidade nacional. Em nenhum outro momento há tantos episódios, em vários pontos do país, contando com a presença da massa no que ela tem de mais humilde, desfavorecido. Daí as notáveis conflagrações verificadas no Pará, no Maranhão, em Pernambuco, na Bahia, no Rio Grande do Sul."
(Francisco Iglésias, "BRASIL, SOCIEDADE DEMOCRÁTICA".)

Este texto refere-se ao período:
a) da Guerra da Independência.
b) da Revolução de 1930.
c) agitado da Regência.
d) das Revoltas Tenentistas.
e) da Proclamação da República.

10 - A abdicação de D. Pedro I traduziu-se na vitória das tendências liberais sobre as forças absolutistas representadas pelo Imperador, completando também o processo de emancipação política do Brasil em relação a metrópole portuguesa.
O período regencial, que segue à abdicação do Imperador, preparou o caminho para a consolidação do Império. Sobre esse processo é correto afirmar que:

(01) A iniciativa mais importante do início do período regencial foi desencadear vigoroso processo de industrialização.
(04) O latifúndio e a escravidão permaneceram como bases da sociedade brasileira naquele período.
(08) A abdicação de D. Pedro I foi possível porque havia sido instalado formalmente o regime de parlamentarismo.
(16) Pelo Ato Adicional de 1834, foram criadas as Assembléias Legislativas nas diversas províncias.

Soma das alternativas corretas = ( )

11 - O período regencial foi politicamente marcado pela aprovação do Ato Adicional que:
a) criou o Conselho de Estado.
b) implantou a Guarda Nacional.
c) transformou a Regência Trina em Regência Una.
d) extinguiu as Assembléias Legislativas Provinciais.
e) eliminou a vitaliciedade do Senado.

12 - "Naquela época não tinha maquinaria, meu pai trabalhava na enxada. Meu pai era de Módena, minha mãe era de Capri e ficaram muito tempo na roça. Depois a família veio morar nessa travessa da avenida Paulista; agora está tudo mudado, já não entendo nada dessas ruas".

Esse trecho de um depoimento de um descendente de imigrante, transcrito na obra MEMÓRIA E SOCIEDADE, de Ecléa Bosi, constitui um documento importante para a análise
a) do processo de crescimento urbano paulista no início do século atual, que desencadeou crises constantes entre fazendeiros de café e industriais.
b) da imigração européia para o Brasil, organizada pelos fazendeiros de café nas primeiras décadas do século XX, baseada em contratos de trabalho conhecidos como "sistema de parceria".
c) da imigração italiana, caracterizada pela contratação de mão-de-obra estrangeira para a lavoura cafeeira, e do posterior processo de migração e de crescimento urbano de São Paulo.
d) do percurso migratório italiano promovido pelos governos italiano e paulista, que organizavam a transferência de trabalhadores rurais para o setor manufatureiro.
e) da crise na produção cafeeira da primeira década do século XX, que forçou os fazendeiros paulistas a desempregar milhares de imigrantes italianos, acelerando o processo de industrialização.

13 - O transporte ferroviário no Brasil, da segunda metade do Século XIX ao início do Século XX, mereceu prioritariamente o interesse estatal e particular. As condições históricas relacionadas com a ampliação da rede em ritmo crescente foram:
a) expansão da cafeicultura, principalmente em São Paulo, e o escoamento da produção para o exterior.
b) reservas de minério de ferro, do quadrilátero ferrífero, pouco acessíveis e demasiado distantes dos centros urbanos mais expressivos.
c) políticas de industrialização e de reflorestamento.
d) capitais externos em busca de lucros para a indústria automotiva e para as empresas distribuidoras de petróleo.
e) devastações de pinhais para a extração de madeira e para a produção de papel.

14 - A partir do golpe da maioridade, em 1840, a vida partidária brasileira resumiu-se a dois partidos: o antes partido progressista passou a chamar-se partido liberal e o regressista passou a chamar-se partido conservador. Pode-se considerar como característica desses partidos:
a) Os partidos do império sempre tiveram plataformas políticas bem definidas.
b) As divergências entre as várias classes da sociedade brasileira estavam representadas nos programas partidários.
c) Do ponto de vista ideológico, não havia diferenças entre os liberais e conservadores, pois eram "farinha do mesmo saco".
d) Os conservadores sempre estiveram no poder e os liberais sempre estiveram na oposição.
e) Ambos tinham influência ideológica externa nos seus programas, apesar de proibido por lei.

15 - O Bill Aberdeen, aprovado pelo Parlamento inglês em 1845, foi:
a) uma lei que abolia a escravidão nas colônias inglesas do Caribe e da África.
b) uma lei que autorizava a marinha inglesa a apresar navios negreiros em qualquer parte do oceano.
c) um tratado pelo qual o governo brasileiro privilegiava a importação de mercadorias britânicas.
d) uma imposição legal de libertação dos recém-nascidos, filhos de mãe escrava.
e) uma proibição de importação de produtos brasileiros para que não concorressem com os das colônias antilhanas.

16 - As Leis Abolicionistas, a partir de 1850, podem ser consideradas como o nível político da crise geral da escravidão no Brasil, porque:
a) a Lei Eusébio de Queiroz (1850) proibiu o tráfico quando a necessidade de escravos já era declinante, face à crise da lavoura.
b) o sucesso das experiências de parceria acelerou a emancipação dos escravos, crescendo um mercado de mão-de-obra livre no país.
c) a Lei do Ventre Livre (1871) representou uma vitória expressiva do movimento abolicionista, tornando irreversível o fim da escravidão.
d) as sucessivas leis emancipacionistas foram paralelas à progressiva substituição do trabalho escravo por homens livres.
e) a Lei Áurea, iniciativa da própria Coroa, visava a garantir a estabilidade e o apoio dos setores rurais ao Império.

17 - Nas atas dos debates parlamentares e nos jornais brasileiros da década de 1850, encontram-se muitas referências, positivas ou negativas, à Inglaterra. Estas últimas, em geral, devem-se à irritação provocada em setores da sociedade brasileira por pressões exercidas pelo governo inglês para:
a) diminuir gradativamente a utilização de escravos na agricultura de exportação.
b) dar ao protestantismo o mesmo status de religião oficial que tinha o catolicismo.
c) impedir o julgamento por tribunais brasileiros de um oficial inglês que assassinou um cidadão brasileiro.
d) a extinção do tráfico de escravos, tendo seus objetivos sido alcançados em 1850.
e) subordinar a política externa brasileira a interesses Ingleses na África a na Ásia.

18 - A consolidação do Império nas duas primeiras décadas do Segundo Reinado está ligada à(ao):
a) afirmação do projeto autonomista liberal, pondo fim às Rebeliões Provinciais.
b) recuperação das lavouras tradicionais, como açúcar, eliminando-se a hegemonia do setor cafeeiro.
c) conciliação entre liberais e conservadores, para conter o crescente movimento republicano.
d) hegemonia do projeto político conservador, centralizado e que projetava a Coroa sobre os Partidos.
e) encaminhamento da abolição, garantindo-se a mão-de-obra à lavoura através da imigração.

19 - "Neste país, que se pressupõe constitucional, e onde só deverão ter ação poderes delegados, responsáveis, acontece, por defeito do sistema, que só há um poder ativo, onímodo, onipotente, perpétuo, superior à lei e a opinião, e esse é justamente o poder sagrado, inviolável e irresponsável."
"O privilégio, em todas as relações com a sociedade - tal é, em síntese, a fórmula social e política de nosso país - (...), isto é, todas as distinções arbitrárias e odiosas que criam no seio da sociedade civil e política a monstruosa superioridade de um sobre todos ou de alguns sobre muitos..."

Às idéias do texto pode-se associar, na evolução política brasileira,
a) a crítica dos republicanos ao centralismo monárquico.
b) o desabafo da elite contra os defensores da democracia.
c) o temor dos abolicionistas com os ideais republicanos.
d) as aspirações partidárias das camadas populares urbanas.
e) os ideais de liberdade da nobreza ligada ao imperador.

20 - No Segundo Reinado, o sistema parlamentarista foi considerado "às avessas" porque
a) a composição ministerial era indicada pelo Imperador, mas dependia da aprovação do Legislativo.
b) o exercício do ministério estava limitado a um plano de ação imposto pelo Legislativo.
c) os Ministros de Estado deveriam prestar contas de seus atos ao Imperador e não ao Poder Legislativo.
d) os Ministros de Estado eram escolhidos pelo Imperador e não pelo Legislativo.
e) os Ministros tinham prazo determinado para permanecer no poder, mesmo fazendo um bom governo.

21 - Em 1848, os ventos revolucionários europeus chegavam a Pernambuco, onde a realidade social era marcada pelo latifúndio, opressão dos Cavalcanti, miséria e concentração de poder político. Mobilizadas as massas urbanas sob o comando de Pedro Ivo, explodia o último grito liberal do império.
O movimento descrito ficou conhecido como:
a) Sabinada.
b) Cabanagem.
c) Farroupilha.
d) Balaiada.
e) Praieira.

22 - No Império Brasileiro, a Lei de Terras (1850) determinou, para a política territorial,
a) a extinção do morgadio.
b) a suspensão definitiva da concessão de sesmarias.
c) o início da concessão de terras aos escravos.
d) a ocupação das terras devolutas mediante título de compra.
e) o estabelecimento de áreas para as reservas indígenas.

23 - Considere o texto a seguir.

"Nada mais conservador que um liberal no poder. Nada mais liberal que um conservador na oposição..."
(Oliveira Viana)

O texto se refere
a) à política positivista durante a 1 República no RS, que se orientava pela doutrina de Augusto Comte e tinha como um de seus lemas: "conservar melhorando".
b) ao conflito político entre o partido português, que queria conservar o Brasil nas mãos de Portugal, e o partido brasileiro, que queria libertar o Brasil da dominação colonial, no início do século XIX.
c) à política parlamentar no Império Brasileiro, que fazia aparentemente distinção entre políticos liberais e conservadores.
d) à ideologia liberal inglesa, vinda para o Brasil no século XIX, que entrou em conflito com a liberal norte-americana, divulgada desde a Conjuração Mineira.
e) aos conservadores e liberais, no período regencial, que se distinguiam ideologicamente por programas políticos opostos.

24 - O Segundo Reinado, preso ao seu contexto histórico, não foi capaz de dar resposta às novas exigências de mudanças. Quando se analisa a desagregação da ordem monárquica imperial brasileira, percebe-se que ela se relacionou principalmente com a:
a) estrutura federativa vigente e a conspiração tutelada pelo exército.
b) bandeira do socialismo levantada pelos positivistas.
c) eliminação da discriminação entre brancos e negros.
d) forte diferenciação ideológica entre os partidos políticos.
e) abolição da escravidão e o desinteresse das elites agrárias com a sorte do Trono.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Aula expositiva - Período Regencial

O PERÍODO REGENCIAL
Prof. Newton Miranda -

1 – Periodização
1831 ....................................................................................................................................... 1840
Regência Trina Provisória Regência Trina Permanente Regência Feijó Regência Araújo Lima
1831 1831 – 1835 1835 - 1837 1837 – 1840

2 – A experiência republicana
Os regentes foram eleitos para um mandato temporário -
- As Regências Trinas foram eleitas pelo Legislativo (deputados e senadores);
- As Regências de Feijó e de Araújo Lima foram eleitas pelo voto popular (censitário).
3 – Os grupos e os partidos politicos

Câmara dos deputados – RJ – centro de debates políticos na Regência.
Grupos politicos
Liberais moderados – chimangos - representavam a aristocracia nacional proprietária de terras e de escravos. Eram favoráveis à monarquia e ao governo regencial;
Liberais exaltados – farroupilhas - representavam grupos urbanos e médios e pretendiam um governo republicano. Defendiam maior autonomia para as províncias;
Restauradores ou caramurus - denominados, também, de “partido português”, representavam os defensores do “absolutismo de D. Pedro I” e pretendiam a volta do imperador ao trono brasileiro. Era constituido por funcionários públicos, militares conservadores e comerciantes portugueses.
Durante a Regência, a articulação dos grupos deu origem aos Partidos que polarizaram a politica no Império:
Partido Liberal – constituido por moderados e exaltados;
Partido Conservador – constituido por moderados e restauradores;

4 – Evolução das Regências
4.1 – Regência Trina Provisória – 1831
. Restabelecimento do ministério dos brasileiros;
. Limitação das atribuições do Poder Moderador;
. Anistia aos presos políticos;
. Acirramento do sentimento anti-lusitano.
"Senhor.
(...) O povo e a tropa da Capital do Rio de Janeiro são de novo reunidos para pedir a expulsão para fora do Império dos acérrimos inimigos da Nação Brasileira, que tantos males lhe hão causado, e que são incansáveis em tratar solapadamente a sua ruína; convém, pois, Senhor, que tais homens nocivos ao bem-estar não continuem a viver no meio de nós. (...)"
Representação popular ao governo - Jornal do Commércio – 1831

4.2 – Regência Trina Permanente – 1831 a 1835
. Criação da Guarda Nacional – controlada, nas Províncias, por representantes da aristocracia local;
. Redução do efetivo do exército;
. Criação do Código do Processo Criminal – fortalecimento da autoridade municipal (Juiz de Paz), abolição da pena de morte, etc.
O fortalecimento do poder dos juízes de paz, entretanto, desagradou a vários setores da sociedade. Criticavam a atribuição de tanto poder a homens nem sempre instruídos e quase sempre sujeitos aos interesses dos grandes proprietários de escravos e terras que os elegiam. Essa situação era também, retratada, de forma crítica, em peças teatrais da época, especialmente as comédias do teatrólogo Martins Pena.
. Abolição do tráfico negreiro (1831) – “Lei para inglês ver”.
. Criação do Ato Adicional à Constituição (1834) –
- maior autonomia para as Províncias – criação das Assembléias Provinciais; extinção do Conselho de Estado; criação do município neutro (Rio de Janeiro); manutenção do Poder Moderador como privativo do imperador, instituição da Regência Una (eleita pelo voto popular).
4.3 – A Regência Una de Diogo Feijó – 1835 a 1837
. Formação dos partidos Progressista (Liberal) e Regressista (Conservador).
. Agravamento das agitações nas Províncias – rebeliões regenciais.
. Renúncia do regente.
4.4 – Regência Una de Araújo Lima – 1837 a 1840
. Agravamento das tensões nas Províncias.
. Domínio Regressista – Início da Reação “conservadora”
. Lei Interpretativa do Ato Adicional (1840) – reduziu as atribuções das Assembléias Provinciais,
. Reforma do Código Processo Criminal – subordinação das autoridades policiais e do Juiz Municipal ao Governo Central.
4.4 – As Revoltas

A – Cabanagem - Pará - 1835 – 40
. Forte conteúdo popular – negros, mestiços, pobres, cabanos – excluídos da renda, da terra e do voto;
. Forte sentimento anti lusitano.
. Resistência ao Governo Regencial.
. Lideranças: Félix Antonio Malcher, Francisco Vinagre, Eduardo Angelim
. Morreram quase cem mil habitantes do Pará nos conflitos entre governo e rebeldes.
B – Balaiada – Maranhão – 1838 – 1841
"O Balaio chegou!
O Balaio chegou.
Cadê branco!
Não há mais branco!
Não há mais sinhô!"
. Resistência popular (massas e grupos médios urbanos) aos grandes proprietários e setores da aristocracia.
. Apoio dos “Bem-te-vis (setores políticos contrários à interferência da Regência na Província).
. Forte sentimento anti lusitano.
. Pobreza, escravidão, crise econômica (queda na exportação de algodão).
. Líderanças: Negro Cosme, João Balaio, Raimundo Gomes (Cara Preta).
. O radicalismo popular afastou os Bem-te-vis do movimento.
. Repressão executava por Caxias.
C – A Sabinada – Bahia – 1837 a 1838
"O ex-imperador, tirano do Brasil, será fuzilado em qualquer parte desta Província se acaso aparecer, e a mesma pena terão os que o pretenderem defender e admitir... ...todo cidadão brasileiro fica autorizado a matar o tirano ex-imperador D. Pedro I, como maior inimigo do Povo Brasileiro..."
. Ideal federalista.
. Apoio das camadas médias urbanas – Salvador -.
. Os rebeldes, liderados por Francis Sabino Rocha, proclamaram a república que deveria permanecer até a maioridade de D. Pedro II.
. Nâo houve adesão das massas e da aristocracia.
. Após quatro meses no poder, os rebeldes foram derrotados pelo governo regencial.
D – A Farroupilha – Rio Grande do Sul – 1835 a 1845
. A questão do charque gaúcho
. Rejeiçao à centralização – estancieiros x governo central
. Início do levante em função da nomeação de um presidente para a Provincia – tributação excessiva –
. Líderes : Bento Gonçalves, Bento Manuel, David Canabarro
. Proclamação da República do Piratini ( em 1839, a rebelião chega a Santa Catarina)
. Pacificação feita por Caxias (1845), nomeado presidente da Província por D. Pedro II.
Estudo de caso
A Revolta dos Malês – Bahia- 1835
. Rebelião contra a escravidão e contra a imposição do catolicismo.
. Os malês eram islâmicos (sabiam ler e escrever em árabe) e predominantemente “negros de ganho”.
. Ideal – República Negra na Bahia.
. Líderes : Manuel Calafate, Aprígio, Pai Inácio e outros (participação de 1500 negros).
. Foram massacrados pelas forças policiais e tropas da Guarda Nacional.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Invasão holandesa - documentos

Excertos de documentos relativos à Invasão Holandesa – 1630-1654.


Hábitos reinóis na Nova Lusitânia:

“mui provida das coisas do Reino pelos muitos navios que a ela vêm todos os anos, de modo que nas provisões, quem tiver com que as compre, não há diferença do Reino”, pois “continuamente se vende pão de trigo, azeite, vinho, etc. .” Serafim Leite (ed.), Cartas dos primeiros jesuítas do Brasil, 3 vols., Roma, 1956-1958, p.335. Apud Evaldo Cabral de Mello Olinda Restaurada: Guerra e Açúcar no Nordeste, 1630-1654. 2º edição. Rio de Janeiro: Topbooks, 1998. p. 145.

“os primeiros dos nossos que penetraram na cidade encontraram as casas abertas e vazias, as mesas postas por toda a parte e bem providas com comidas e bebidas” Baers, apud Evaldo Cabral de Mello Olinda Restaurada: Guerra e Açúcar no Nordeste, 1630-1654. 2º edição. Rio de Janeiro: Topbooks, 1998. p. 30.

“é difícil acreditar as riquezas e o butim que nossos homens encontraram (...) sendo tal a abundancia de tudo que eles não sabiam a que atirar-se” “Journal”, fl.10r. apud Evaldo Cabral de Mello Olinda Restaurada: Guerra e Açúcar no Nordeste, 1630-1654. 2º edição. Rio de Janeiro: Topbooks, 1998. p. 46.

Invasão Holandesa vista como castigo divino:

“XIX. Se os crimes e peccados dos homens provocão alguma vez os castigos do ceo, podemos suppor que as calamidades que sobrevierão á capitania de Pernambuco mais são devidas aos conselhos da Providencia que ás astucias da política. Alimentadas dos deleites brotárão de sorte as demazias entre os moradores de Pernambuco, que suffocavão a razão, e desconhecião o pejo: não havia para cada qual mais lei que seu proprio gosto. A continuação sepultou as memorias da censura; e animada do lucro, da abundancia e da riqueza, desprezava a nota, correndo a malicia tão desenfreada pela satisfação dos apetites, que chegavão com as obras onde chegavão com os desejos. As lacivias, os faustos, os regalos, as vaidades, as usuras, os roubos, as emulações, as vinganças, os odios, as aleivozias, e as liberdades, de nenhum se estranhavão, porque era exercicio de todos os que podião. A vida que se sustenta do vicio sempre se conduz para a injuria, e nunca para a honra, sendo natural efeito das demazias afeminar os animos, desatender os castigos, e não imaginar nos futuros. Vio-se na desatenção com que todos vivião, que servindo de reclamo para a invasão, foi o total desvio para a defensa, sendo a mesma mão do peccado a que pegou do açoute para executar o castigo, permitindo Deos que com a mesma diligencia, com que se tractava da conservação, se exectuasse a ruina.
XX. Individualmente se sabião em Hollanda todas as disposições que levavão a villa d’Olinda á sua ultima perdição; não faltando mais para cair que eoncostar-lhe a mão ao peso que a fazia declinar (...).”
Frei Rafael de Jesus. O Castrioto Lusitano, ou, Historia da guerra entre o Brazil e a Hollanda, durante os annos de 1624 a 1654, terminada pela gloriosa restauração de Pernambuco e das capitanias confinates; Obra em que se descrevem os heróicos feitos do illustre João F. Nova edição segundo a de 1679, impressa em Lisboa Pariz: J. P. Aillaud, 1844, p.20//21.

“Ficaram os holandeses senhores da vila, e arrecife, e começaram a saquear tudo com grande desaforo, e cobiça. Este entrava por as casas, e saia carregado do melhor que nelas achava. Aquele quebrava com machado as portas das que estavam fechadas, as caixas, os escritórios, os contadores cheios de finas sedas, de ouro e de prata, e ricas jóias; outros entravam por as igrejas, depois de lhe roubarem os ricos e custosos ornamentos, e fazerem em tiras muitos deles, quebravam em pedaços as imagens de Cristo, e da Virgem Maria, e dos outros santos, e as pisavam com os pés com tanta coragem, e desaforo, como que se com isto lhe parecesse que extinguiam a fé católica romana. (...)Enfim a barafunda, e alarido era tanto, que com muita mosquetaria que disparavam, parecia o dia do juízo.”
Frei Manuel Calado. O Valeroso Lucideno; vol. I. Belo Horizonte:Itatiaia, 1987, p. 40.

Especificidades das táticas bélicas brasílicas e européias:
“no qual cada combatente atendia em primeiro lugar à sua própria pessoa e à de seu contrário. A este procurava-se obstar, por meio de negaças e de saltos desencontrados que acertassem no alvo, e mesmo quando os adversários eram muitos (...) o constante movimento dificultava-lhes a pontaria. Os descobridores europeus geralmente compreenderam logo a significação desses saltos singulares e, por vezes, queixam-se de que os impediam de apontar e de acertar.”
Georg Friederici, “A eficácia do arco dos índios”, RIAP, 12 (1905-1906), p. 489.

“as guerras destas nossas partes da Europa são em campinas mui rasas e descobertas, e as do Brasil e toda a América são por entre matos, donde se não guarda ordem nenhuma das que cá se usam; é a força que donde varia o objeto, varia a ciência. E a experiência nos mostrou que os mais práticos que desta parte foram, se perderam, por quererem seguir o estilo de cá, desprezando o parecer dos práticos daquelas partes.”
“Cristóvão Álvares, engenheiro em Pernambuco, 1608-1663”, Revista do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, 15 (1961), p.54.

Situação de Recife durante a guerra de expulsão:
“os gatos e cachorros, dos quais tínhamos então abundancia, eram considerados finos petiscos. Viam-se negros desenterrando ossos de cavalo, já meio podres, para devora-los com incrível avidez. Nem era menos insuportável a falta de água potável, devido ao rigor do verão e ao uso constante de carnes salgadas; todos os poços que se abriam minavam água salobra. Os miseráveis escravos que só conseguiam a pior parte das sobres tinham o olhar tão esgazeado e o queixo tão trêmulo, que causavam pavor mesmo aos mais destemidos” .Johan Nieuhof. Memorável viagem marítima e terrestre ao Brasil. São Paulo: Eduspo. 1981. p.290.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Gabarito do primeiro simulado

o1 - c , 02 - d, 03 - b, 04 - c, 05 - b, 06 - a, 07 - d, 08 - b, 09 - a, 10 - d, 11 - a (esta questão tem errata - retirar a palavra exceto no enunciado)

quarta-feira, 8 de abril de 2009

SIMULADO - AMÉRICA PORTUGUESA

SIMULADO ESPECIAL AMÉRICA PORTUGUESA

PROF. NEWTON MIRANDA

01. Os primitivos habitantes do Brasil foram vítimas do processo colonizador. O europeu, com visão de mundo calcada em preconceitos, menosprezou o indígena e sua cultura. A acreditar nos viajantes e missionários, a partir de meados do século XVI, há um decréscimo da população indígena, que se agrava nos séculos seguintes. Os fatores que mais contribuíram para o citado decréscimo foram:a) a captura e a venda do índio para o trabalho nas minas de prata do Potosí.b) as guerras permanentes entre as tribos indígenas e entre índios e brancos.c) o canibalismo, o sentido mítico das práticas rituais, o espírito sanguinário, cruel e vingativo dos naturais.d) as missões jesuíticas do vale amazônico e a exploração do trabalho indígena na extração da borracha.e) as epidemias introduzidas pelo invasor europeu e a escravidão dos índios.
02. Leia o texto.“A língua de que [os índios] usam, toda pela costa, é uma: ainda que em certos vocábulos difere em algumas partes; mas não de maneira que se deixem de entender. (...) Carece de três letras, convém a saber, não se acha nela F, nem L, nem R, coisa digna de espanto, porque assim não tem Fé, nem Lei, nem Rei, e desta maneira vivem desordenadamente (...)."(GANDAVO, Pero de Magalhães, História da Província de Santa Cruz, 1578.)
A partir do texto, pode-se afirmar que todas as alternativas expressam a relação dos portugueses com a cultura indígena, exceto:a) A busca de compreensão da cultura indígena era uma preocupação do colonizador.b) A desorganização social dos indígenas se refletia no idioma.c) A diferença cultural entre nativos e colonos era atribuída à inferioridade do indígena.d) A língua dos nativos era caracterizada pela limitação vocabular.e) Os signos e símbolos dos nativos da costa marítima eram homogêneos.
03. A sociedade colonial brasileira "herdou concepções clássicas e medievais de organização e hierarquia, mas acrescentou-lhe sistemas de graduação que se originaram da diferenciação das ocupações, raça, cor e condição social. (...) as distinções essenciais entre fidalgos e plebeus tenderam a nivelar-se, pois o mar de indígenas que cercava os colonizadores portugueses tornava todo europeu, de fato, um gentil-homem em potencial. A disponibilidade de índios como escravos ou trabalhadores possibilitava aos imigrantes concretizar seus sonhos de nobreza. (...) Com índios, podia desfrutar de uma vida verdadeiramente nobre. O gentio transformou-se em um substituto do campesinato, um novo estado, que permitiu uma reorganização de categorias tradicionais. Contudo, o fato de serem aborígines e, mais tarde, os africanos, diferentes étnica, religiosa e fenotipicamente dos europeus, criou oportunidades para novas distinções e hierarquias baseadas na cultura e na cor."(Stuart B. Schwartz, Segredos internos.)
A partir do texto pode-se concluir quea) a diferenciação clássica e medieval entre clero, nobreza e campesinato, existente na Europa, foi transferida para o Brasil por intermédio de Portugal e se constituiu no elemento fundamental da sociedade brasileira colonial.b) a presença de índios e negros na sociedade brasileira levou ao surgimento de instituições como a escravidão, completamente desconhecida da sociedade européia nos séculos XV e XVI.c) os índios do Brasil, por serem em pequena quantidade e terem sido facilmente dominados, não tiveram nenhum tipo de influência sobre a constituição da sociedade colonial.d) a diferenciação de raças, culturas e condição social entre brancos e índios, brancos e negros tendeu a diluir a distinção clássica e medieval entre fidalgos e plebeus europeus na sociedade.e) a existência de uma realidade diferente no Brasil, como a escravidão em larga escala de negros, não alterou em nenhum aspecto as concepções medievais dos portugueses durante os séculos XVI e XVII.
04. Todas as alternativas apresentam fatores que explicam a primazia dos portugueses no cenário dos grandes descobrimentos, excetoa) a atuação empreendedora da burguesia lusa no desenvolvimento da indústria náutica.b) a localização geográfica de Portugal, distante do Mediterrâneo oriental e sem ligações comerciais com o restante do continente.c) a presença da fé e o espírito da cavalaria e das cruzadas que atribuíam aos portugueses a missão de cristianizar os povos chamados "infiéis".d) o aparecimento pioneiro da monarquia absolutista em Portugal responsável pela formação do Estado moderno.
05. "O governo-geral foi instituído por D. João III, em 1548, para coordenar as práticas colonizadoras do Brasil. Consistiriam estas últimas em dar às capitanias hereditárias uma assistência mais eficiente e promover a valorização econômica e o povoamento das áreas não ocupadas pelos donatários."(Manoel Maurício de Albuquerque. Pequena história da formação social brasileira. Rio de Janeiro: Graal, 1984. p. 180.)
As afirmativas abaixo identificam corretamente algumas das atribuições do governador-geral, à exceção de:a) Estimular e realizar expedições desbravadoras de regiões interiores, visando, entre outros aspectos, à descoberta de metais preciosos.b) Visitar e fiscalizar as capitanias hereditárias e reais, especialmente aquelas que vivenciavam problemas quanto ao povoamento e à exploração das terras.c) Distribuir sesmarias, particularmente para os beneficiários que comprovassem rendas e meios de valorizar economicamente as terras recebidas.d) Regular as alianças com tribos indígenas, controlando e limitando a ação das ordens religiosas, em especial da Companhia de Jesus.e) Organizar a defesa da costa e promover o desenvolvimento da construção naval e do comércio de cabotagem.
06. Durante a maior parte do período colonial a participação nas câmaras das vilas era uma prerrogativa dos chamados "homens bons", excluindo-se desse privilégio os outros integrantes da sociedade. A expressão "homem bom" dizia respeito a:a) homens que recebiam a concessão da Coroa portuguesa para explorar minas de ouro e de diamantes;b) senhores de engenho e proprietários de escravos;c) funcionários nomeados pela Coroa portuguesa para exercerem altos cargos administrativos na colônia;d) homens considerados de bom caráter, independentemente do cargo ou da função que exerciam na colônia.
07. Em 1534, o governo português concluiu que a única forma de ocupação do Brasil seria através da colonização. Era necessário colonizar, simultaneamente, todo o extenso território brasileiro. Essa colonização dirigida pelo governo português se deu através da:a) criação da Companhia Geral do Comércio do Estado do Brasil.b) criação do sistema de governo-geral e câmaras municipais.c) criação das capitanias hereditárias. d) d) montagem do sistema colonial.e) criação e distribuição das sesmarias.
08. Assinale a opção que caracteriza a economia colonial estruturada como desdobramento da expansão mercantil européia da épaca moderna.a) A descoberta de ouro no final do século XVII aumentou a renda colonial, favorecendo o rompimento dos monopólios que regulavam a relação com a metrópole.b) O caráter exportador da economia colonial foi lentamente alterado pelo crescimento dos setores de subsistência, que disputavam as terras e os escravos disponíveis para a produção.c) A lavoura de produtos tropicais e as atividades extrativistas foram organizadas para atender aos interesses da política mercantilista européia.d) A implantação da empresa agrícola representou o aproveitamento, na América, da experiência anterior dos portugueses nas suas colônias orientais.e) A produção de abastecimento e o comércio interno foram os principais mecanismos de acumulação da economia colonial.
09. "(...) meu coração estremece de infinita alegria por ver que a terra onde nasci em breve não será pisada por um pé escravo.(...) Quando a humanidade jazia no obscurantismo, a escravidão era apanágio dos tiranos; hoje, que a civilização tem aberto brecha nas muralhas da ignorância e preconceitos, a liberdade desses infelizes é um emblema sublime (...).
Esta festa é a precursora de uma conquista da luz contra as trevas, da verdade contra a mentira, da liberdade contra a escravidão."
(ESTRELLA, Maria Augusta Generoso e Oliveira. "Discurso na Sessão Magna do Clube Abolicionista", 1872, Arquivo Público Estadual, Recife-PE.)
A escravidão está associada às diversas formas de exploração e de violência contra a população escrava. Essa situação, embora característica dos regimes escravocratas, registra inúmeros momentos de rebeldia. Em suas manifestações e ações cotidianas, homens e mulheres escravizados reagiram a esta condição, proporcionando formas de resistência que resultaram em processos sociais e políticos que, a médio e longo prazos, influíram na superação dessa modalidade de trabalho.
Cite duas formas de resistência dos negros contra o regime da escravidão ocorridas no Brasil.
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10. "O senhor de engenho é título a que muitos aspiram, porque traz consigo o ser servido, obedecido e respeitado de muitos." O comentário de Antonil, escrito no século XVIII, pode ser considerado característico da sociedade colonial brasileira porque:a) a condição de proprietário de terras e de homens garantia a preponderância dos senhores de engenho na sociedade colonial.b) a autoridade dos senhores restringia-se aos seus escravos, não se impondo às comunidades vizinhas e a outros proprietários menores.c) as dificuldades de adaptação às áreas coloniais levaram os europeus a organizar uma sociedade com mínima diferenciação e forte solidariedade entre seus segmentos.d) as atividades dos senhores de engenho não se limitavam à agroindústria, pois controlavam o comércio de exportação, o tráfico negreiro e a economia de abastecimento.e) o poder político dos senhores de engenho era assegurado pela metrópole através da sua designação para os mais altos cargos da administração colonial.
11. "Restituídas as capitanias de Pernambuco ao domínio de Sua Majestade, livres já dos inimigos que de fora as vieram conquistar, sendo poderosas as nossas armas para sacudir o inimigo, que tantos anos nos oprimiu, nunca foram capazes para destruir o contrário, que das portas adentro nos infestou, não sendo menores os danos destes do que tinham sido as hostilidades daqueles."
("Relação das guerras feitas aos Palmares de Pernambuco no tempo do Governador D. Pedro de Almeida, de 1675 a 1678", citado por CARNEIRO, Edson. Quilombo dos Palmares. 2.ed. São Paulo: CEN, Col. Brasiliana, 1958. v.302.)
O texto faz referência tanto às invasões holandesas ("... dos inimigos que de fora as vieram conquistar")quanto ao quilombo de Palmares (“... o contrário, que das portas adentro nos infestou").O quilombo de Palmares, núcleo de rebeldia escrava no Nordeste brasileiro, alcançou considerável crescimento durante o período de ocupação holandesa em Pernambuco. Mesmo após a expulsão dos invasores estrangeiros pela população local, o quilombo resistiu a inúmeros ataques de tropas governistas.a) Apresente uma razão para a ocupação holandesa do Nordeste brasileiro.
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b) Explique, com base em um argumento, a longa duração de Palmares.
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12. No Brasil colônia, a pecuária teve um papel decisivo naa) ocupação das áreas litorâneasb) expulsão do assalariado do campoc) formação e exploração dos minifúndiosd) fixação do escravo na agriculturae) expansão para o interior
13. A ocupação do território brasileiro, restrita, no século XVI, ao litoral e associada à lavoura de produtos tropicais, estendeu-se ao interior durante os séculos XVII e XVIII, ligada à exploração de novas atividades econômicas e aos interesses políticos de Portugal em definir as fronteiras da colônia.As afirmações abaixo relacionam as regiões ocupadas a partir do século XVII e suas atividades dominantes.1) No vale amazônico, o extrativismo vegetal – as drogas do sertão – e a captura de índios atraíram os colonizadores.2) A ocupação do Pampa gaúcho não teve nenhum interesse econômico, estando ligada aos conflitos luso-espanhóis na Europa.3) O planalto central, nas áreas correspondentes aos atuais estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, foi um dos principais alvos do bandeirismo, e sua ocupação está ligada à mineração.4) A zona missioneira no Sul do Brasil representava um obstáculo tanto aos colonos, interessados na escravização dos indígenas, quanto a Portugal, dificultando a demarcação das fronteiras.5) O Sertão nordestino, primeira área interior ocupada no processo de colonização, foi um prolongamento da lavoura canavieira, fornecendo novas terras e mão-de-obra para a expansão da lavoura.
As afirmações corretas são:a) somente 1, 2 e 4.b) somente 1, 2 e 5.c) somente 1, 3 e 4.d) somente 2, 3 e 4.e) somente 2, 3 e 5.
14. O escravo no Brasil é geralmente representado como dócil, dominado pela força e submisso ao senhor. Porém, muitos historiadores mostram a importância da resistência dos escravos aos senhores e o medo que os senhores sentiram diante dos quilombos, insurreições, revoltas, atentados e fugas de escravos. a) Descreva o que eram os quilombos.
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b) Por que a metrópole portuguesa e os senhores combateram os quilombos, as revoltas, os atentados e as fugas de escravos no período colonial brasileiro?
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15. A expansão da colonização portuguesa na América, a partir da segunda metade do século XVIII, foi marcada por um conjunto de medidas, dentre as quais podemos citar:
a) o esforço para ampliar o comércio colonial, suprimindo-se as práticas mercantilistas.b) a instalação de missões indígenas nas fronteiras sul e oeste, para garantir a posse dos territórios por Portugal.c) o bandeirismo paulista, que destruiu parte das missões jesuíticas e descobriu as áreas mineradoras do planalto central.d) a expansão da lavoura da cana para o interior, incentivada pela alta dos preços no mercado internacional.e) as alianças políticas e a abertura do comércio colonial aos ingleses, para conter o expansionismo espanhol.
16. Podemos afirmar sobre o período da mineração no Brasil quea) atraídos pelo ouro, vieram para o Brasil aventureiros de toda espécie, que inviabilizaram a mineração. b) a exploração das minas de ouro só trouxe benefícios para Portugal.c) a mineração deu origem a uma classe média urbana que teve papel decisivo na independência do Brasil.d) o ouro beneficiou apenas a Inglaterra, que financiou sua exploração.e) a mineração contribuiu para interligar as várias regiões do Brasil e foi fator de diferenciação da sociedade.
17. Em 1703, Portugal assinou com a Inglaterra o tratado de Methuen. A assinatura desse tratado teve implicações profundas para as economias portuguesa e inglesa.a) Apresente a situação em que se encontrava Portugal na época da assinatura do tratado.
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b) Cite a principal cláusula do tratado de Methuen.
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c) Apresente 2 (duas) implicações fundamentais desse tratado para a economia portuguesa.
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d) Apresente a implicação fundamental desse tratado para a economia inglesa.
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18. Leia o texto. Ele refere-se à capitania de Minas Gerais no século XVIII."... ponderando-se o acharem-se hoje as Vilas dessa Capitania tão numerosas como se acham, e que sendo uma grande parte das famílias dos seus moradores de limpo nascimento, era justo que somente as pessoas que tiverem esta qualidade andassem na governança delas, porque se a falta de pessoas capazes fez a princípio necessária a tolerância de admitir os mulatos aos exercícios daqueles oficias, hoje, que tem cessado esta razão, se faz indecoroso que eles sejam ocupados por pessoas em que haja semelhante defeito..."(D. João, Lisboa, 27 de janeiro de 1726.)
No trecho dessa carta, o rei de Portugal refere-se à impropriedade de os mulatos continuarem a exercer o cargo dea) governador, magistrado escolhido entre os "homens bons" da colônia para administrarem a capitania.b) intendente das minas, ministro incumbido de controlar o fluxo de alimentos e do comércio.c) ouvidor, funcionário responsável pela administração das finanças e dos bens eclesiásticos.d) vereador, membro do Senado da Câmara, encarregado de cuidar da administração local.
19. "Eu a Rainha faço saber:
Que devido ao grande número de fábricas e manufaturas, que desde alguns anos tem se difundido em diferentes capitanias do Brasil, com grave prejuízo da cultura e da lavoura e da exploração das terras minerais daquele continente; porque havendo nele falta de população é evidente que quanto mais se multiplicar o número de fabricantes, mais diminuirá o de cultivadores e menos braços haverá...
Hei por bem ordenar que todas as fábricas e manufaturas... (excetuando-se as que tecem fazendas grossas de algodão) sejam extintas e abolidas em qualquer parte dos meus domínios no Brasil."(Alvará de 5/1/1785.)
No final do século XVIII, ampliam-se as restrições e proibições impostas pela metrópole portuguesa ao desenvolvimento das atividades econômicas na colônia. O texto reproduzido acima, baixado por D. Maria I, rainha de Portugal, contém aspectos dessa política de restrições. Leia com atenção o texto e a seguir:
a) identifique a restrição central nele imposta.
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b) destaque e comente um argumento usado no texto para justificar tal medida.
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GABARITO
01. E02. A03. D04. B05. E06. B07. C08. C09. Uma forma de resistência era a fuga e a posterior organização em quilombos; outra era a simples passividade perante o trabalho e o não-enfrentamento com o senhor, levando o escravo algumas vezes ao suicídio.10. A11. a) Os holandeses atacaram o Nordeste brasileiro em decorrência do embargo açucareiro decretado por Filipe II, rei da Espanha e, nos termos da União Ibérica de 1580 a 1640, também rei de Portugal. b) A longa duração de Palmares é, em grande parte, fruto do longo conflito com os holandeses em Pernambuco (1630-54). Apesar de um período de apaziguamento, os atritos entre holandeses e portugueses ou brasileiros estimulavam as fugas de escravos e contribuíam para o fortalecimento do quilombo.12. E13. C14. a) Os quilombos eram aldeamentos de negros fugitivos.b) Porque a simples existência de quilombos representava uma forma de subversão da ordem econômica e social brasileira, uma vez que poderia estimular uma rebelião geral de escravos na Colônia, fato que comprometeria os interesses da Coroa e dos proprietários coloniais.15. B16. E17. a) Portugal encontrava-se em decadência econômica, após o período da União Ibérica e o rompimento das relações com os holandeses.b) A principal cláusula do Tratado de Methuen é aquela que abre os portos de Portugal para as importações de tecidos ingleses e, em troca, a Inglaterra abre seus portos para os vinhos portugueses.c) A partir da assinatura do Tratado, a economia portuguesa abre-se para as importações de tecidos ingleses, prejudicando o pequeno setor têxtil português e condenando o país à especialização agrícola, mais especificamente à produção de vinhos.d) O Tratado contribuiu para a industrialização da Inglaterra.18. D19. a) O Alvará de D. Maria I proíbe a instalação de manufaturas têxteis no Brasil.b) O principal argumento utilizado é a escassa mão-de-obra brasileira, que seria mais bem aproveitada na lavoura e na mineração. O argumento não procede, já que tanto a atividade mineradora quanto a lavoura açucareira encontravam-se em franca decadência. O verdadeiro interesse português era a necessidade de garantir o monopólio metropolitano sobre os manufaturados.