segunda-feira, 13 de abril de 2009

Gabarito do primeiro simulado

o1 - c , 02 - d, 03 - b, 04 - c, 05 - b, 06 - a, 07 - d, 08 - b, 09 - a, 10 - d, 11 - a (esta questão tem errata - retirar a palavra exceto no enunciado)

quarta-feira, 8 de abril de 2009

SIMULADO - AMÉRICA PORTUGUESA

SIMULADO ESPECIAL AMÉRICA PORTUGUESA

PROF. NEWTON MIRANDA

01. Os primitivos habitantes do Brasil foram vítimas do processo colonizador. O europeu, com visão de mundo calcada em preconceitos, menosprezou o indígena e sua cultura. A acreditar nos viajantes e missionários, a partir de meados do século XVI, há um decréscimo da população indígena, que se agrava nos séculos seguintes. Os fatores que mais contribuíram para o citado decréscimo foram:a) a captura e a venda do índio para o trabalho nas minas de prata do Potosí.b) as guerras permanentes entre as tribos indígenas e entre índios e brancos.c) o canibalismo, o sentido mítico das práticas rituais, o espírito sanguinário, cruel e vingativo dos naturais.d) as missões jesuíticas do vale amazônico e a exploração do trabalho indígena na extração da borracha.e) as epidemias introduzidas pelo invasor europeu e a escravidão dos índios.
02. Leia o texto.“A língua de que [os índios] usam, toda pela costa, é uma: ainda que em certos vocábulos difere em algumas partes; mas não de maneira que se deixem de entender. (...) Carece de três letras, convém a saber, não se acha nela F, nem L, nem R, coisa digna de espanto, porque assim não tem Fé, nem Lei, nem Rei, e desta maneira vivem desordenadamente (...)."(GANDAVO, Pero de Magalhães, História da Província de Santa Cruz, 1578.)
A partir do texto, pode-se afirmar que todas as alternativas expressam a relação dos portugueses com a cultura indígena, exceto:a) A busca de compreensão da cultura indígena era uma preocupação do colonizador.b) A desorganização social dos indígenas se refletia no idioma.c) A diferença cultural entre nativos e colonos era atribuída à inferioridade do indígena.d) A língua dos nativos era caracterizada pela limitação vocabular.e) Os signos e símbolos dos nativos da costa marítima eram homogêneos.
03. A sociedade colonial brasileira "herdou concepções clássicas e medievais de organização e hierarquia, mas acrescentou-lhe sistemas de graduação que se originaram da diferenciação das ocupações, raça, cor e condição social. (...) as distinções essenciais entre fidalgos e plebeus tenderam a nivelar-se, pois o mar de indígenas que cercava os colonizadores portugueses tornava todo europeu, de fato, um gentil-homem em potencial. A disponibilidade de índios como escravos ou trabalhadores possibilitava aos imigrantes concretizar seus sonhos de nobreza. (...) Com índios, podia desfrutar de uma vida verdadeiramente nobre. O gentio transformou-se em um substituto do campesinato, um novo estado, que permitiu uma reorganização de categorias tradicionais. Contudo, o fato de serem aborígines e, mais tarde, os africanos, diferentes étnica, religiosa e fenotipicamente dos europeus, criou oportunidades para novas distinções e hierarquias baseadas na cultura e na cor."(Stuart B. Schwartz, Segredos internos.)
A partir do texto pode-se concluir quea) a diferenciação clássica e medieval entre clero, nobreza e campesinato, existente na Europa, foi transferida para o Brasil por intermédio de Portugal e se constituiu no elemento fundamental da sociedade brasileira colonial.b) a presença de índios e negros na sociedade brasileira levou ao surgimento de instituições como a escravidão, completamente desconhecida da sociedade européia nos séculos XV e XVI.c) os índios do Brasil, por serem em pequena quantidade e terem sido facilmente dominados, não tiveram nenhum tipo de influência sobre a constituição da sociedade colonial.d) a diferenciação de raças, culturas e condição social entre brancos e índios, brancos e negros tendeu a diluir a distinção clássica e medieval entre fidalgos e plebeus europeus na sociedade.e) a existência de uma realidade diferente no Brasil, como a escravidão em larga escala de negros, não alterou em nenhum aspecto as concepções medievais dos portugueses durante os séculos XVI e XVII.
04. Todas as alternativas apresentam fatores que explicam a primazia dos portugueses no cenário dos grandes descobrimentos, excetoa) a atuação empreendedora da burguesia lusa no desenvolvimento da indústria náutica.b) a localização geográfica de Portugal, distante do Mediterrâneo oriental e sem ligações comerciais com o restante do continente.c) a presença da fé e o espírito da cavalaria e das cruzadas que atribuíam aos portugueses a missão de cristianizar os povos chamados "infiéis".d) o aparecimento pioneiro da monarquia absolutista em Portugal responsável pela formação do Estado moderno.
05. "O governo-geral foi instituído por D. João III, em 1548, para coordenar as práticas colonizadoras do Brasil. Consistiriam estas últimas em dar às capitanias hereditárias uma assistência mais eficiente e promover a valorização econômica e o povoamento das áreas não ocupadas pelos donatários."(Manoel Maurício de Albuquerque. Pequena história da formação social brasileira. Rio de Janeiro: Graal, 1984. p. 180.)
As afirmativas abaixo identificam corretamente algumas das atribuições do governador-geral, à exceção de:a) Estimular e realizar expedições desbravadoras de regiões interiores, visando, entre outros aspectos, à descoberta de metais preciosos.b) Visitar e fiscalizar as capitanias hereditárias e reais, especialmente aquelas que vivenciavam problemas quanto ao povoamento e à exploração das terras.c) Distribuir sesmarias, particularmente para os beneficiários que comprovassem rendas e meios de valorizar economicamente as terras recebidas.d) Regular as alianças com tribos indígenas, controlando e limitando a ação das ordens religiosas, em especial da Companhia de Jesus.e) Organizar a defesa da costa e promover o desenvolvimento da construção naval e do comércio de cabotagem.
06. Durante a maior parte do período colonial a participação nas câmaras das vilas era uma prerrogativa dos chamados "homens bons", excluindo-se desse privilégio os outros integrantes da sociedade. A expressão "homem bom" dizia respeito a:a) homens que recebiam a concessão da Coroa portuguesa para explorar minas de ouro e de diamantes;b) senhores de engenho e proprietários de escravos;c) funcionários nomeados pela Coroa portuguesa para exercerem altos cargos administrativos na colônia;d) homens considerados de bom caráter, independentemente do cargo ou da função que exerciam na colônia.
07. Em 1534, o governo português concluiu que a única forma de ocupação do Brasil seria através da colonização. Era necessário colonizar, simultaneamente, todo o extenso território brasileiro. Essa colonização dirigida pelo governo português se deu através da:a) criação da Companhia Geral do Comércio do Estado do Brasil.b) criação do sistema de governo-geral e câmaras municipais.c) criação das capitanias hereditárias. d) d) montagem do sistema colonial.e) criação e distribuição das sesmarias.
08. Assinale a opção que caracteriza a economia colonial estruturada como desdobramento da expansão mercantil européia da épaca moderna.a) A descoberta de ouro no final do século XVII aumentou a renda colonial, favorecendo o rompimento dos monopólios que regulavam a relação com a metrópole.b) O caráter exportador da economia colonial foi lentamente alterado pelo crescimento dos setores de subsistência, que disputavam as terras e os escravos disponíveis para a produção.c) A lavoura de produtos tropicais e as atividades extrativistas foram organizadas para atender aos interesses da política mercantilista européia.d) A implantação da empresa agrícola representou o aproveitamento, na América, da experiência anterior dos portugueses nas suas colônias orientais.e) A produção de abastecimento e o comércio interno foram os principais mecanismos de acumulação da economia colonial.
09. "(...) meu coração estremece de infinita alegria por ver que a terra onde nasci em breve não será pisada por um pé escravo.(...) Quando a humanidade jazia no obscurantismo, a escravidão era apanágio dos tiranos; hoje, que a civilização tem aberto brecha nas muralhas da ignorância e preconceitos, a liberdade desses infelizes é um emblema sublime (...).
Esta festa é a precursora de uma conquista da luz contra as trevas, da verdade contra a mentira, da liberdade contra a escravidão."
(ESTRELLA, Maria Augusta Generoso e Oliveira. "Discurso na Sessão Magna do Clube Abolicionista", 1872, Arquivo Público Estadual, Recife-PE.)
A escravidão está associada às diversas formas de exploração e de violência contra a população escrava. Essa situação, embora característica dos regimes escravocratas, registra inúmeros momentos de rebeldia. Em suas manifestações e ações cotidianas, homens e mulheres escravizados reagiram a esta condição, proporcionando formas de resistência que resultaram em processos sociais e políticos que, a médio e longo prazos, influíram na superação dessa modalidade de trabalho.
Cite duas formas de resistência dos negros contra o regime da escravidão ocorridas no Brasil.
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10. "O senhor de engenho é título a que muitos aspiram, porque traz consigo o ser servido, obedecido e respeitado de muitos." O comentário de Antonil, escrito no século XVIII, pode ser considerado característico da sociedade colonial brasileira porque:a) a condição de proprietário de terras e de homens garantia a preponderância dos senhores de engenho na sociedade colonial.b) a autoridade dos senhores restringia-se aos seus escravos, não se impondo às comunidades vizinhas e a outros proprietários menores.c) as dificuldades de adaptação às áreas coloniais levaram os europeus a organizar uma sociedade com mínima diferenciação e forte solidariedade entre seus segmentos.d) as atividades dos senhores de engenho não se limitavam à agroindústria, pois controlavam o comércio de exportação, o tráfico negreiro e a economia de abastecimento.e) o poder político dos senhores de engenho era assegurado pela metrópole através da sua designação para os mais altos cargos da administração colonial.
11. "Restituídas as capitanias de Pernambuco ao domínio de Sua Majestade, livres já dos inimigos que de fora as vieram conquistar, sendo poderosas as nossas armas para sacudir o inimigo, que tantos anos nos oprimiu, nunca foram capazes para destruir o contrário, que das portas adentro nos infestou, não sendo menores os danos destes do que tinham sido as hostilidades daqueles."
("Relação das guerras feitas aos Palmares de Pernambuco no tempo do Governador D. Pedro de Almeida, de 1675 a 1678", citado por CARNEIRO, Edson. Quilombo dos Palmares. 2.ed. São Paulo: CEN, Col. Brasiliana, 1958. v.302.)
O texto faz referência tanto às invasões holandesas ("... dos inimigos que de fora as vieram conquistar")quanto ao quilombo de Palmares (“... o contrário, que das portas adentro nos infestou").O quilombo de Palmares, núcleo de rebeldia escrava no Nordeste brasileiro, alcançou considerável crescimento durante o período de ocupação holandesa em Pernambuco. Mesmo após a expulsão dos invasores estrangeiros pela população local, o quilombo resistiu a inúmeros ataques de tropas governistas.a) Apresente uma razão para a ocupação holandesa do Nordeste brasileiro.
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b) Explique, com base em um argumento, a longa duração de Palmares.
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12. No Brasil colônia, a pecuária teve um papel decisivo naa) ocupação das áreas litorâneasb) expulsão do assalariado do campoc) formação e exploração dos minifúndiosd) fixação do escravo na agriculturae) expansão para o interior
13. A ocupação do território brasileiro, restrita, no século XVI, ao litoral e associada à lavoura de produtos tropicais, estendeu-se ao interior durante os séculos XVII e XVIII, ligada à exploração de novas atividades econômicas e aos interesses políticos de Portugal em definir as fronteiras da colônia.As afirmações abaixo relacionam as regiões ocupadas a partir do século XVII e suas atividades dominantes.1) No vale amazônico, o extrativismo vegetal – as drogas do sertão – e a captura de índios atraíram os colonizadores.2) A ocupação do Pampa gaúcho não teve nenhum interesse econômico, estando ligada aos conflitos luso-espanhóis na Europa.3) O planalto central, nas áreas correspondentes aos atuais estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, foi um dos principais alvos do bandeirismo, e sua ocupação está ligada à mineração.4) A zona missioneira no Sul do Brasil representava um obstáculo tanto aos colonos, interessados na escravização dos indígenas, quanto a Portugal, dificultando a demarcação das fronteiras.5) O Sertão nordestino, primeira área interior ocupada no processo de colonização, foi um prolongamento da lavoura canavieira, fornecendo novas terras e mão-de-obra para a expansão da lavoura.
As afirmações corretas são:a) somente 1, 2 e 4.b) somente 1, 2 e 5.c) somente 1, 3 e 4.d) somente 2, 3 e 4.e) somente 2, 3 e 5.
14. O escravo no Brasil é geralmente representado como dócil, dominado pela força e submisso ao senhor. Porém, muitos historiadores mostram a importância da resistência dos escravos aos senhores e o medo que os senhores sentiram diante dos quilombos, insurreições, revoltas, atentados e fugas de escravos. a) Descreva o que eram os quilombos.
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b) Por que a metrópole portuguesa e os senhores combateram os quilombos, as revoltas, os atentados e as fugas de escravos no período colonial brasileiro?
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15. A expansão da colonização portuguesa na América, a partir da segunda metade do século XVIII, foi marcada por um conjunto de medidas, dentre as quais podemos citar:
a) o esforço para ampliar o comércio colonial, suprimindo-se as práticas mercantilistas.b) a instalação de missões indígenas nas fronteiras sul e oeste, para garantir a posse dos territórios por Portugal.c) o bandeirismo paulista, que destruiu parte das missões jesuíticas e descobriu as áreas mineradoras do planalto central.d) a expansão da lavoura da cana para o interior, incentivada pela alta dos preços no mercado internacional.e) as alianças políticas e a abertura do comércio colonial aos ingleses, para conter o expansionismo espanhol.
16. Podemos afirmar sobre o período da mineração no Brasil quea) atraídos pelo ouro, vieram para o Brasil aventureiros de toda espécie, que inviabilizaram a mineração. b) a exploração das minas de ouro só trouxe benefícios para Portugal.c) a mineração deu origem a uma classe média urbana que teve papel decisivo na independência do Brasil.d) o ouro beneficiou apenas a Inglaterra, que financiou sua exploração.e) a mineração contribuiu para interligar as várias regiões do Brasil e foi fator de diferenciação da sociedade.
17. Em 1703, Portugal assinou com a Inglaterra o tratado de Methuen. A assinatura desse tratado teve implicações profundas para as economias portuguesa e inglesa.a) Apresente a situação em que se encontrava Portugal na época da assinatura do tratado.
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b) Cite a principal cláusula do tratado de Methuen.
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c) Apresente 2 (duas) implicações fundamentais desse tratado para a economia portuguesa.
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d) Apresente a implicação fundamental desse tratado para a economia inglesa.
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18. Leia o texto. Ele refere-se à capitania de Minas Gerais no século XVIII."... ponderando-se o acharem-se hoje as Vilas dessa Capitania tão numerosas como se acham, e que sendo uma grande parte das famílias dos seus moradores de limpo nascimento, era justo que somente as pessoas que tiverem esta qualidade andassem na governança delas, porque se a falta de pessoas capazes fez a princípio necessária a tolerância de admitir os mulatos aos exercícios daqueles oficias, hoje, que tem cessado esta razão, se faz indecoroso que eles sejam ocupados por pessoas em que haja semelhante defeito..."(D. João, Lisboa, 27 de janeiro de 1726.)
No trecho dessa carta, o rei de Portugal refere-se à impropriedade de os mulatos continuarem a exercer o cargo dea) governador, magistrado escolhido entre os "homens bons" da colônia para administrarem a capitania.b) intendente das minas, ministro incumbido de controlar o fluxo de alimentos e do comércio.c) ouvidor, funcionário responsável pela administração das finanças e dos bens eclesiásticos.d) vereador, membro do Senado da Câmara, encarregado de cuidar da administração local.
19. "Eu a Rainha faço saber:
Que devido ao grande número de fábricas e manufaturas, que desde alguns anos tem se difundido em diferentes capitanias do Brasil, com grave prejuízo da cultura e da lavoura e da exploração das terras minerais daquele continente; porque havendo nele falta de população é evidente que quanto mais se multiplicar o número de fabricantes, mais diminuirá o de cultivadores e menos braços haverá...
Hei por bem ordenar que todas as fábricas e manufaturas... (excetuando-se as que tecem fazendas grossas de algodão) sejam extintas e abolidas em qualquer parte dos meus domínios no Brasil."(Alvará de 5/1/1785.)
No final do século XVIII, ampliam-se as restrições e proibições impostas pela metrópole portuguesa ao desenvolvimento das atividades econômicas na colônia. O texto reproduzido acima, baixado por D. Maria I, rainha de Portugal, contém aspectos dessa política de restrições. Leia com atenção o texto e a seguir:
a) identifique a restrição central nele imposta.
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b) destaque e comente um argumento usado no texto para justificar tal medida.
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GABARITO
01. E02. A03. D04. B05. E06. B07. C08. C09. Uma forma de resistência era a fuga e a posterior organização em quilombos; outra era a simples passividade perante o trabalho e o não-enfrentamento com o senhor, levando o escravo algumas vezes ao suicídio.10. A11. a) Os holandeses atacaram o Nordeste brasileiro em decorrência do embargo açucareiro decretado por Filipe II, rei da Espanha e, nos termos da União Ibérica de 1580 a 1640, também rei de Portugal. b) A longa duração de Palmares é, em grande parte, fruto do longo conflito com os holandeses em Pernambuco (1630-54). Apesar de um período de apaziguamento, os atritos entre holandeses e portugueses ou brasileiros estimulavam as fugas de escravos e contribuíam para o fortalecimento do quilombo.12. E13. C14. a) Os quilombos eram aldeamentos de negros fugitivos.b) Porque a simples existência de quilombos representava uma forma de subversão da ordem econômica e social brasileira, uma vez que poderia estimular uma rebelião geral de escravos na Colônia, fato que comprometeria os interesses da Coroa e dos proprietários coloniais.15. B16. E17. a) Portugal encontrava-se em decadência econômica, após o período da União Ibérica e o rompimento das relações com os holandeses.b) A principal cláusula do Tratado de Methuen é aquela que abre os portos de Portugal para as importações de tecidos ingleses e, em troca, a Inglaterra abre seus portos para os vinhos portugueses.c) A partir da assinatura do Tratado, a economia portuguesa abre-se para as importações de tecidos ingleses, prejudicando o pequeno setor têxtil português e condenando o país à especialização agrícola, mais especificamente à produção de vinhos.d) O Tratado contribuiu para a industrialização da Inglaterra.18. D19. a) O Alvará de D. Maria I proíbe a instalação de manufaturas têxteis no Brasil.b) O principal argumento utilizado é a escassa mão-de-obra brasileira, que seria mais bem aproveitada na lavoura e na mineração. O argumento não procede, já que tanto a atividade mineradora quanto a lavoura açucareira encontravam-se em franca decadência. O verdadeiro interesse português era a necessidade de garantir o monopólio metropolitano sobre os manufaturados.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Comentário sobre questão da FUVEST - ESCRAVIDÃO

31/03/2009 - 16:13
Fuvest errou questão sobre trabalho escravo
Essa eu só fiquei sabendo agora e agradeço ao leitor Tiago Rangel pelo toque. O vestibular deste ano da Fuvest, um dos mais importante do país, porta de entrada da Universidade de São Paulo, errou na questão número 06 da primeira fase. Segue o enunciado:
O Brasil ainda não conseguiu extinguir o trabalho em condições de escravidão, pois ainda existem muitos trabalhadores nessa situação. Com relação a tal modalidade de exploração do ser humano, analise as afirmações abaixo.
I. As relações entre os trabalhadores e seus empregadores marcam-se pela informalidade e pelas crescentes dívidas feitas pelos trabalhadores nos armazéns dos empregadores, aumentando a dependência financeira para com eles.
II. Geralmente, os trabalhadores são atraídos de regiões distantes do local de trabalho, com a promessa de bons salários, mas as situações de trabalho envolvem condições insalubres e extenuantes.
III. A persistência do trabalho escravo ou semi-escravo no Brasil, não obstante a legislação que o proíbe, explica se pela intensa competitividade do mercado globalizado.
Está correto o que se afirma em:a) I, somente.b) II, somente.c) I e II, somente.d) II e III, somente.e) I, II e III.
O vestibular considera como certa a alternativa “c”.
Contudo, se ela fosse aplicada a pesquisadores que estudam o trabalho escravo contemporâneo, seja na própria Universidade de São Paulo, seja na Universidade Federal do Rio de Janeiro, ou em outros centros de excelência em todo o país, a alternativa “e” seria a escolhida.
E não só na academia. Consultei membros da Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae), da qual faço parte, – instância federal que reúne instituições que atuam no combate a esse crime e conta com a presença de nove ministérios, além de Ministério Público, Justiça, Organização Internacional do Trabalho, associações de classe e entidades não-governamentais, como a Comissão Pastoral da Terra – e eles também marcariam “e”.
Ao longo dos últimos anos, também já ouvi de membros do alto escalão do Ministério das Relações Exteriores, ou seja, quem cuida das relações comerciais internacionais, a explicação de que a competição global violenta também contribui para o surgimento de trabalho escravo.
Para início de conversa, o trabalho escravo contemporâneo no Brasil é diferente do trabalho escravo colonial e imperial, estão inseridos em modos de produção diferentes. Isso não sou apenas eu quem digo, mas qualquer pesquisador sobre o tema no Brasil.
É claro que a questão do trabalho escravo contemporâneo não se justifica apenas pela busca por competitividade, mas ela é um elemento importante que está inserido nesse processo. Como o enunciando da alternativa não restringe (algo como “explica-se exclusivamente”), possibilita ao candidato escolhê-la como uma possibilidade explicativa.
Se trabalho escravo não é a busca por lucro fácil, dentro de um contexto da competitividade de um empreendimento, ele é o que? Uma prática de gente malvada guiada por puro sadismo?
Trabalho escravo é sustentado pelo tripé impunidade (de quem usa escravos), pobreza (que expulsa trabalhadores e os força a aceitar propostas de emprego bizarras) e ganância (em um cenário de intensa competitividade nacional e internacional, o produtor rebaixa o custo trabalho para poder alcançar um lucro igual ou maior que o seu competidor). Separadamente, nenhum deles explica esse fenômeno no país.
A incidência do problema está concentrada nas regiões de expansão agropecuária da Amazônia (dos Estados de Rondônia até o Maranhão, coincidindo com o Arco do Desflorestamento, onde a floresta perde espaço para a agropecuária) e do Cerrado (principalmente nos Estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul e Tocantins). Contudo, há casos confirmados em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, entre outras regiões em que o capital e instituições estatais já estão estabelecidas, o que demonstra que a origem desse fenômeno não está vinculada ao locus da fronteira agrícola, mas a outro elemento que perpassa realidades sociais diferentes.
Os relatórios de fiscalização do Ministério do Trabalho mostram que os empregadores envolvidos nesse tipo de exploração não são pequenos sitiantes isolados economicamente do restante da sociedade, mas na maioria das vezes, grandes proprietários rurais, muitos deles produzindo com tecnologia de ponta. Pesquisas da ONG Repórter Brasil apontam que esses produtores fornecem commodities para grandes indústrias e ao comércio nacional e internacional. Portanto, estão sob a influência direta da economia de mercado e dela dependentes.
A utilização de trabalho escravo contemporâneo no Brasil não é resquício de práticas arcaicas que sobreviveram provisoriamente ao capitalismo, mas sim um instrumento utilizado pelo próprio capitalismo para facilitar a acumulação em seu processo de expansão ou modernização. Esse mecanismo garante competitividade a produtores rurais de regiões e situações de expansão agrícola que optam por uma via ilegal. Dessa forma, fazem concorrência desleal com os outros empregadores que agem dentro da lei.O Anglo Vestibulares, um dos cursinhos mais conhecidos do país, resolveu da seguinte forma a questão:
“A existência de trabalho escravo no Brasil atual se explica pela extensão de seu território, onde, em pontos isolados, persistem relações arcaicas entre empregadores e trabalhadores. Essas regiões, marginalizadas da modernidade, são de difícil fiscalização, o que contribui para que se mantenha tal aberração. Isso não se relaciona à globalização, marcada pela modernização e a competitividade, o que exclui a afirmação III.”
Se seguirmos por essa resposta, teremos uma situação em que todos os crimes acontecem apenas por falta de policiamento. O que é uma simplificação tosca e repressiva da realidade. Ou, na pior das hipóteses, uma forma de leitura do mundo carregada de uma visão política que o vestibular considera como a correta. Se for assim, a Fuvest passa a agir como um filtro ideológico e não apenas técnico, deixando de fora aqueles que não concordam com esse modelo do mundo. Um modelo raso, diga-se de passagem.
Na minha opinião, essa questão deveria ter sido cancelada. Aliás, se eu fosse um candidato que saiu prejudicado por conta dessa questão, iria reclamar os meus direitos.
Leonardo Sakamoto é jornalista e Doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo. Cobriu a guerra pela independência em Timor Leste e a guerra civil angolana. Foi professor do curso de jornalismo da ECA-USP.

1º simulado especial 2009

1º - SIMULADO ESPECIAL – 2009
HISTÓRIA
PROF. NEWTON


01 - No Século XIII, os barões ingleses, contando com o apoio de alguns mercadores e religiosos, sublevaram-se contra as pesadas taxas e outros abusos. O rei João Sem Terra acabou aceitando as exigências dos vassalos sublevados e assinou a Magna Carta. Pode-se afirmar que o documento apresenta importante legado do Mundo Medieval porque
a) reafirmava o princípio do poder ilimitado dos monarcas para fixar novos tributos.
b) freou as lutas entre os cavaleiros e instituiu o Parlamento, subdividido em duas Câmaras.
c) assegurava antigas garantias a uma minoria privilegiada, mas veiculava princípios de liberdade política.
d) limitou as ambições políticas dos papas, mesmo tratando-se de um contrato feudal.
e) proclamava os direitos e as liberdades do homem do povo, através de 63 artigos.

02 - As cidades medievais:
a) não diferiam das cidades greco-romanas, uma vez que ambas eram, em primeiro lugar, centros político-administrativos e local de residência das classes proprietárias rurais e, secundariamente, também centro de comércio e manufatura.
b) não diferiam das cidades da época moderna, uma vez que ambas, além de serem cercadas por grossas muralhas, eram, ao mesmo tempo, centros de comércio e manufatura e de poder, isto é, politicamente autônomas.
c) diferiam das cidades de todas as épocas e lugares, pois o que se definia era, precisamente, o fato de serem espaços fortificados, construídos para abrigarem a população rural durante as guerras feudais.
d) diferentemente de suas antecessoras greco-romanas eram principalmente centro de comércio e manufatura e, diferentemente de suas sucessoras modernas, eram independentes politicamente, dominando um entorno rural que lhes garantia o abastecimento.
e) eram separadas da economia feudal, pois sendo esta incapaz de gerar qualquer excedente de produção, obrigava-as a importar alimentos e a exportar manufaturas fora do mundo feudal, daí a importância estratégica do comércio na Idade Média.

03 - "Neste tempo revoltaram-se os camponeses em Beauvoisin. Entre eles estava um homem muito sabedor e bem-falante, de bela figura e forma chamado Guilherme Carlos. Os camponeses fizeram-no seu chefe e estes lhes dizia que se mantivessem unidos. E quando os camponeses se viram em grande número, perseguiram e mataram os homens nobres. Inclusive muitas mulheres e crianças nobres, pelo que Guilherme Carlos lhes disse muitas vezes que se excediam demasiadamente; mas nem por isso deixaram de o fazer."
(Texto adaptado de Crônica dos quatros primeiros Valois (1327-1392) in ANTOLOGIA DE TEXTOS HISTÓRICOS MEDIEVAIS.)
Sobre as rebeliões acima indicadas, podemos afirmar que:

I – Foram denominadas de jacquerie e fizeram parte da Retração Geral que atingiu a Europa no século XIV.
II – Acabaram com os privilégios da nobreza e enterraram o feudalismo que, na França, desapareceu no final do século XIV.
III – Estão inseridas num contexto de emergência da industrialização da Europa provocada pela acumulação primitiva de capitais.

Qual (is) a (s) afirmativa (s) correta (s)?

A – I, II e III
B - Somente I
C – I e III
D – Somente II

03 - "A idéia de 'bem comum', de 'utilidade comum', tão importante, por exemplo, em Aristóteles, foi aplicada à atividade dos mercadores pelos autores cristãos. Ligando esta idéia à do trabalho, São Tomás de Aquino (1225-1274) declarou: 'se alguém se entrega ao comércio tendo em vista a utilidade pública, se se quer que as coisas necessárias à existência não faltem ao reino, então o lucro, em lugar de ser visto como um fim, é somente reclamado como remuneração do trabalho'."
(J. Le Goff, MERCADORES E BANQUEIROS NA IDADE MÉDIA)

A partir do texto acima, podemos concluir que:

A – A Igreja Romana, no final da Idade Média, rejeitava toda e qualquer forma de lucro.
B – A religião cristã romana estabelecia que o lucro era uma forma terrível de pecado.
C – O revigoramento comercial e urbano alterou a postura da Igreja acerca do lucro.
D – S. Tomas de Aquino, na Baixa Idade Média, considerava a usura um pecado capital.

04 - "A data do ano mil e a célebre frase do monge Raul Glaber sobre a veste branca da Igreja com a qual se enfeita a cristandade assumem para muitos o valor de um símbolo: o de um reflorescimento após tempos difíceis e conturbados. De fato, as primeiras décadas do século XI vêem a afirmação de um amplo movimento, desigual e mais ou menos precoce certamente, que afeta todas as regiões do Ocidente e lhes dá, às custas de esforços obstinados empreendidos, em seguida, durante séculos, um novo equilíbrio econômico e humano."
(Jacques Heers. HISTÓRIA MEDIEVAL. Difel)
Caracterizam o reflorescimento que marcou a Europa a partir do século XI, EXCETO:
A – o surgimento de novas classes, entre as quais a burguesia.
B – o desaparecimento das corporações de ofício.
C – a formação de rotas comerciais terrestres e marítimas.
D – a expansão monetária e o desenvolvimento de técnicas agrícolas.
05 - "Em 1128, após o incêndio da cidade de Deutz o abade Rupert, teólogo apegado às tradições, logo viu nesse fato a cólera de Deus, castigando o local que se tornara centro de trocas e antro de infames mercadores e artífices."
(texto adaptado de J. Le Goff, A CIVILIZAÇÃO DO OCIDENTE MEDIEVAL)
O texto permite concluir que:
A – diversas cidades medievais, a partir da Baixa Idade Média, tornaram-se centros comerciais de grande importância.
B – o clero romano, em sua maioria, compactuava com os ideais dos mercadores e da burguesia, objetivando o aumento do dízimo.
C – o início da Baixa Idade Média foi caracterizada pela emergência de um espírito laico, antroprocêntrico e humanista.
D – o homem medieval estava desligado da interpretação religiosa do cosmos, uma vez que o poder da Igreja romana estava em declínio.
06 - Apesar de não terem alcançado seu objetivo - reconquistar a Terra Santa -, as Cruzadas provocaram amplas repercussões, porque:
a) favoreceram a formação de vários reinos cristãos no Oriente, o que permitiu maior estabilidade política na região.
b) consolidaram o feudalismo, em virtude da unificação dos vários reinos em torno de um objetivo comum.
c) facilitaram a superação das rivalidades nacionais graças à influência que a Igreja então exercia.
d) uniram os esforços do mundo cristão europeu para eliminar o domínio árabe na Península Ibérica.
e) estimularam as relações comerciais do Oriente com o Ocidente, graças à abertura do Mediterrâneo aos europeus.

07 - "A fim de que meus escritos não pereçam juntamente com o autor, e este trabalho não seja destruído... ... deixo meu pergaminho para ser continuado, caso algum dos membros da raça de Adão possa sobreviver à morte e queira continuar o trabalho por mim iniciado."
O texto foi escrito por um monge irlandês do século XIV e desperta dúvidas num homem culto da época sobre a possibilidade de alguém sobreviver, certamente devido a:
a) gripe espanhola
b) peste negra
c) descobrimentos marítimos
d) guerra luso-espanhola

08 - "O dinheiro, quando deve ser devolvido dentro de um prazo, proporciona nesse período um produto considerável e por vezes, priva a quem empresta, de tudo aquilo que traz a quem o toma emprestado."
O texto, escrito no início da Idade Moderna
A – defende a usura.
B – condena a usura.
C – condena o lucro.
D – faz parte da ética católica.

09 - "Não há um membro nem uma forma,
Que não cheire a putrefação.
Antes que a alma se liberte,
O coração que quer rebentar no peito
Ergue-se e dilata o peito
Que quase fica junto da espinha dorsal.
- A face é descorada e pálida.
E os olhos cerrados, na cabeça.
A fala perdeu-se,
Porque a língua está colada ao céu do boca.
O pulso bate e ele anseia.
(...)
Os ossos separam-se por todas as ligações
Não há um só tendão que não se estique e estale."
(Chastellain. LES PAS DE LA MORT. França, século XIV)
O poema anterior sinaliza a preocupação com a morte que se fez presente na mentalidade européia do século XIV. Para compreendermos o alcance dessa funesta inspiração, é preciso associar esse fenômeno ao fato de que
a) as primeiras navegações oceânicas, promovidas pelos europeus, vitimavam quantidades cada vez maiores de aventureiros.
b) a morte era apenas uma metáfora para representar a transição pela qual passava a sociedade e cuja ênfase estava na produção agrícola, daí a comparação com a fruta que apodrece para deitar sua semente na terra e novamente brotar com vida nova.
c) o movimento de investigação científica, que teria maior conseqüência durante o Renascimento, dava seus primeiros passos na direção dos estudos da anatomia humana.
d) a mentalidade religiosa, que concebia a vida apenas como provação em busca da salvação eterna, encontrava terreno fértil numa sociedade que era assolada por epidemias e guerras.

10 - Contrariando a idéia de que o período medieval foi uma época de obscurantismo, houve então rica produção cultural, pela qual se pode conhecer os valores do homem medieval, que colocava Deus como centro de todas as coisas.
A partir do texto acima e tendo em vista outros conhecimentos sobre o assunto, é correto afirmar que:

A – o Renascimento contribuiu para a idéia de que a Idade Média foi um período de retrocesso.
B – as Universidades surgiram na fase da Alta Idade Média, o que confirma as informações do texto acima.
C – o fanatismo religioso não criou barreiras para a expansão das idéias renascentistas.
D – na esfera cultural, a Igreja Romana não instituiu impedimentos para o desenvolvimento do humanismo.