terça-feira, 6 de abril de 2010

Irã - polêmica mundial

Disciplina : Atualidades
Prof. Newton Miranda
Estudo de texto


Embaixador vê semelhança entre programas nucleares de Brasil e Irã

O embaixador do Irã no Brasil, Mohsen Shaterzadeh, comparou nesta segunda-feira os programas nucleares iraniano e brasileiro, ressaltando semelhanças entre os dois. As declarações foram feitas um dia depois de o governo iraniano ter anunciado que ampliará seu programa nuclear e que passará a produzir urânio enriquecido em 20%, gerando críticas de inúmeras nações.
"Países como Brasil e Irã não querem usar energia nuclear para produzir armas. A energia nuclear no Irã, como no Brasil, é para a área de medicina, agricultura", disse o embaixador em uma coletiva em Brasília, de acordo com a Agência Brasil.

O diplomata também afirmou que as autoridades brasileiras "têm conhecimento" da posição do governo iraniano em relação ao programa nuclear e criticou as potências internacionais, que desconfiam que o projeto de enriquecimento de urânio do Irã tenha o objetivo de produzir armas atômicas.

"Acreditamos que as autoridades brasileiras têm conhecimento da situação e posição iraniana. O Brasil, ao contrário de outros países que tiveram fortes reações (ao anúncio de ampliação do programa nuclear), não é um país que pensa em colonizar outro país", disse.

Tensão
Recentemente, os governos dos Estados Unidos e da França afirmaram que novas sanções contra o Irã são o "único caminho" para impedir que o país continue o desenvolvimento de seu programa nuclear.

Autoridades iranianas e representantes dos Estados Unidos e da União Europeia não conseguiram chegar a um acordo sobre o programa.

De acordo com propostas que vêm sendo discutidas desde outubro, 70% do urânio iraniano seriam enviados ao exterior com baixo índice de enriquecimento (3,5%).

O material iria para Rússia ou França, para ser então enriquecido a 20% e transformado em combustível para reatores.

A base para o acordo seria o entendimento fechado entre o Irã, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e o chamado grupo P5+1 - formado pelos cinco países do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Rússia, China, Grã-Bretanha e França) mais a Alemanha.

Críticas
Shaterzadeh criticou os países que estão negociando com o Irã, afirmando que eles têm posições contraditórias.

"Os que tiveram grande reação têm fortes armamentos nucleares. Se eles falassem a verdade, primeiro eles destruiriam o armamento nuclear deles e depois dariam conselhos", disse o diplomata, ainda segundo a Agência Brasil.

Atualmente o Irã enriquece urânio em um nível de 3,5%, mas são necessários 20% para o funcionamento do reator nuclear de Teerã, desenhado para produzir isótopos para fins medicinais. Para construir uma bomba atômica, é necessário ter urânio enriquecido em ao menos 90%.
O chefe do programa nuclear do Irã, Ali Akbar Salehi, afirmou que o país começaria em breve a enriquecer urânio em 20% em Natanz, a principal usina de enriquecimento de urânio iraniana. Ele afirmou ainda que dez novas usinas do gênero seriam construídas no país até o fim de 2011. O país enviou uma carta à Agência Internacional de Energia Atômica para comunicar a ONU oficialmente de sua decisão.
De acordo com analistas, depois de idas e vindas – infrutíferas - nas negociações, o governo iraniano decidiu mostrar que perdeu a paciência e, portanto, pretende enriquecer urânio de maneira doméstica.
A decisão alarmou a comunidade internacional. EUA e União Europeia temem que o aperfeiçoamento na tecnologia nuclear iraniana possa permitir ao país construir sua própria bomba nuclear.
O governo francês, por sua vez, ressaltou que "toda a comunidade internacional tentou estabelecer condições de diálogo durante meses" com o Irã, embora "não se tenha conseguido nada".

"Infelizmente, será necessário um diálogo internacional que conduzirá a novas sanções", acrescentou o governo francês.
As declarações foram feitas logo após o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, ter ordenado suas autoridades nucleares que elevassem a 20% o grau de enriquecimento do urânio iraniano.
Direitos humanos
Os Estados Unidos e a União Europeia (UE) condenaram em comunicado comum "a persistência das violações dos direitos humanos" no Irã desde a eleição presidencial de junho de 2009.
"As detenções em grande escala e os processos em massa, as ameaças de executar manifestantes, as intimidações às famílias dos detidos e a negação contínua do direito de expressão pacífico dos cidadãos são contrários aos direitos humanos", diz o texto, divulgado pela Casa Branca.

"Nossa preocupação se baseia no compromisso com um respeito universal dos direitos humanos. Estamos muito preocupados com a possibilidade de mais violência e mais repressão nos próximos dias, por causa do aniversário da fundação da República Islâmica, em 11 de fevereiro", segundo a mesma fonte.

Mais de 4 mil manifestantes e oposicionistas foram detidos no Irã durante e depois dos protestos contra o governo que seguiram a reeleição do presidente Mahmud Ahmadinejad. A repressão deixou 36 mortos segundo as autoridades, e 72 segundo a oposição.

Diálogo Irã-Brasil eleva credibilidade de Ahmadinejad, afirma especialista
A visita do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, ao Brasil nesta segunda-feira (23.11.09) faz com que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva volte a ocupar o centro das atenções, segundo Renatho Costa, professor de pós-graduação em política e relações internacionais da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.
Para Costa, a intenção do governo brasileiro é alavancar sua importância no sistema internacional e se inserir nas problemáticas que ultrapassem as fronteiras das Américas. Em uma coletiva à imprensa, Lula defendeu o direito do Irã desenvolver seu programa nuclear para fins pacíficos.
"Quando o Brasil recebe Ahmadinejad em seu território, busca exatamente essa mudança de status e ganha ainda mais simpatia da liderança iraniana quando aceita a argumentação de que o Irã teria o direito de desenvolver um programa nuclear para fins pacíficos, exatamente como o projeto brasileiro".
Ahmadinejad chegou ao Brasil acompanhado de ministros, membros do parlamento iraniano e uma grande delegação de empresários que participarão de um encontro empresarial Brasil-Irã.


Depois da chegada do polêmico Ahmadinejad, a polícia reforçou a segurança, inclusive com a presença da cavalaria.
O grupo contrário à presença do presidente iraniano questiona as posições de Ahmadinejad contra os direitos dos homossexuais e das mulheres e sua rejeição ao Holocausto e a Israel. Eles portavam faixas com dizeres como "negar o Holocausto é crime" e "você acha que o programa nuclear é para fins pacíficos?".
Os favoráveis, em menor número, demonstraram apoio à política externa brasileira, contra o imperialismo e o sionismo.
Influência iraniana
Desde 2005, quando assumiu o poder, Ahmadinejad tenta estabelecer vínculos com líderes sul-americanos de esquerda e mantém relação próxima com Hugo Chávez. Depois do Brasil, o presidente iraniano completou sua viagem latino-americana de cinco dias com visitas a Bolívia e Venezuela. A influência do Irã entre venezuelanos e bolivianos preocupa o governo de Washington e seu aliado-chave no Oriente Médio, Israel, em meio a especulações de que Venezuela e Bolívia poderão fornecer urânio ao Irã para seu programa nuclear.



Exercícios
01 – A partir das informações contidas no texto, assinale V – verdadeiro ou F – falso.
( ) – O governo Lula critica o projeto nuclear iraniano por considerá-lo nocivo à paz mundial.
( ) – Os Estados Unidos e a União Européia temem que o programa nuclear iraniano poderá levar o Irã a possuir armas nucleares.
( ) – As manifestações ocorridas no Brasil, acerca da visita de Ahmadinejad, foram unânimes na crítica ao governo iraniano.
( ) – Mahmud Ahmadinejad é presidente reeleito do Irã.
( ) – O Irã tem buscado apoio na América Latina. Ahmadinejad tem boas relações com os governos de esquerda, especialmente com o presidente Hugo Chávez.
( ) – De acordo com a comunidade internacional, o Irã tem desrespeitado os direitos humanos, especialmente na repressão à oposição que considerou a reeleição de Ahmadinejad, ocorrida em 2009, como fraudulenta.
( ) – O Irã tem adotado posições que considera contrárias aos interesses das potências imperialistas.
02 – Qual é o organismo da ONU responsável pela questão da produção de energia nuclear?
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03 – Cite três países da América Latina que foram visitados pelo governante do Irã.
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04 – Retire do texto uma informação que mostre que a visita do líder iraniano ao Brasil não foi apenas de caráter político.
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05 – Apresente quatro críticas que são feitas ao presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad.
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06 – O que os EUA e a França propõem para coibir o projeto nuclear iraniano?

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07 – Apresente a resposta do embaixador Shaterzadeh aos críticos do programa nuclear iraniano.
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08 – Definir P5 + 1 e indicar seus países membros.
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